29 de junho de 2015

Um convite para todos: seja místico!



                 No último Sábado, após participarem de uma Celebração Eucarística, os Cooperadores do Sodalício Nossa Senhora da Saúde, desta capital, puderam assistir a uma formativa palestra sobre a graça mística, proferida pelo arauto Sr. Antonio de Queiroz, encarregado da sede dos Arautos de Fortaleza. No final, durante o convívio, um coral de filhos de cooperadores entoou algumas músicas que alegraram o ambiente.
                 Segue um apanhado sobre a graça mística:
                 Consiste a mística apenas em grandes fenômenos sobrenaturais reservados a um reduzido número de almas privilegiadas? Ou ela está ao alcance de todos os fiéis?
                 Para a grande maioria das pessoas, a palavra mística soa vagamente à ação misteriosa de forças superiores, alheias às da experiência racional comum. Para outros, ela se identifica com certos arroubos de alma como seria o impulso simbólico originado por um garboso hino ou uma bela bandeira.
                Já sob uma perspectiva cristã, a mística costuma ser identificada com fenômenos sobrenaturais extraordinários, como aparições, revelações, estigmas, êxtases, levitações, etc., ou seja, com aquelas inefáveis experiências divinas reservadas a almas que, avançadíssimas no árduo caminho da santidade, são objeto da especial predileção de Deus. Em consequência, ela seria inatingível para a grande maioria dos fiéis.
                Na verdade, a mística é algo muito mais acessível do que se costuma imaginar. O problema está em saber o que ela é de fato, e daí partirmos para conquistá-la - podem acreditar - sem muito esforço.
                O que é, então, a mística?
                Os fenômenos extraordinários que nos impressionam na vida de certos santos fazem parte da mística, mas não constituem parte essencial e nem sequer necessária dela. Aliás, referimo-nos de propósito a "certos santos", pois não são necessárias aparições, revelações ou estigmas para alcançar o Céu, nem é necessário ter sido objeto de tais fenômenos extraordinários para ser proposto como modelo de vida pela Igreja. Como definir então a mística?
                 Sabemos que em nossas almas atuam as virtudes e os dons. A essência da mística é  a ação dos dons. Quando eles atuam, opera em nosso interior um fator incomparavelmente superior a nós...e quanto!
                 Nessas horas - não sempre, mas de ordinário - percebemos claramente em nosso interior esse "algo" inteiramente superior e transcendente à nossa natureza, cuja ação é patente não ter sido produzida por nós, mas que está dentro de nós: é o próprio Espírito Santo que inabita nossa alma e nela atua, fazendo sentir, como diz Santa Teresa, "sua divina companhia".
           Quem sentiu a consolação que invade a alma depois de uma boa Confissão, a alegria da Primeira Comunhão, ou, no caso de uma conversão, a bondade de Deus que abre os braços para acolher e perdoar como o pai da Parábola do Filho Pródigo, não pode recordar sem saudades esses momentos em que entendeu os conceitos de perdão ou bondade com mais clareza do que se os tivesse estudado no melhor manual de teologia. Essa compreensão com sabor é toda sobrenatural e nos é dada pela ação dos dons em nossa alma.
             É a experiência pessoal do divino. Caberá à alma apenas consentir com sua vontade, não pondo obstáculos a essa ação, mas deixando-se levar pelo Espírito Santo como, no exemplo dado por Mons. João Clá, a criança é levada no colo pela mãe.
                 Quantas vezes ao longo de nossa vida recebemos um convite d'Ele para nos adentrarmos mais no seu amor... Será, por exemplo, um toque místico ao nos depararmos com a expressão maternal de uma imagem de Nossa Senhora. Nosso coração se sente tocado por esse olhar. O que aconteceu? Mais do que a expressão fisionômica de uma obra de arte, a ação de um dom do Espírito Santo nos deu com luminosa clareza a noção da imensa bondade de Maria Santíssima, que não conseguiríamos adquirir em anos a fio de estudos mariológicos.
                  Este singelo fenômeno, que pode acontecer a qualquer pessoa, agrada, é claro. Entretanto, não lhe damos a suficiente atenção porque logo somos absorvidos pela solicitude das coisas terrenas. Desviada nossa atenção para um programa fútil de TV, uma conversa banal ou um objeto material, a impressão e os efeitos dessa graça ficarão asfixiados, quando só ela bastaria para nos encher a alma e ocupar nossas cogitações durante  algumas horas.
                Tenhamos a plena certeza de que se Deus chama todos à santidade, Ele haverá de dar os meios para alcançar essa meta. E dentre eles, uma profusão de graças místicas nos acompanhará ao longo do caminho. Tenhamos a alma inteiramente aberta para elas e Ele fará o resto!
( vide: Revista Arautos do Evangelho, Junho/2013)









 Veja vídeo sobre a Graça Mística (Mons. João S. Clá Dias)

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