31 de julho de 2018

Inácio de Loyola: Santo de decisões extremas



          Hoje, 31 de julho, a Igreja celebra a memória de Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus.
          Segue comentário de Mons. João Scognamiglio Clá Dias a respeito desta figura ímpar na história da Cristandade.
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          Sobre a vida de Santo Inácio de Loyola, cujos aspectos constituem um conjunto sobremodo arquitetônico e rico, poder-se-ia tecer inúmeros comentários. Entretanto, gostaria de ressaltar um lado que me parece ser a nota mais bela de sua existência, o ponto pelo qual ele brilhou especialmente no firmamento da Igreja. Refiro-me à sua força de vontade e de decisão que o fazia tomar, em todas as suas atitudes, a posição mais extrema, mais aguda, aquela que chegava ao fim último, sem meios termos.
          Tomemos em consideração, por exemplo, o conhecido episódio de sua perna quebrada no cerco de Pamplona. Não se pode conceber algo de mais tremendo do que um homem, então mundano e voltado para as honras terrenas, ao se ver na contingência demancar para o resto da vida em virtude de um erro ortopédico, decidir mandar quebrar de novo o osso imperfeitamente consolidado para que a perna ficasse em ordem. E istoporque, pelos cânones da elegância naquele tempo, um fidalgo capenga seria malvisto na corte e teria sua carreira política e militar prejudicada.
           Ora, Inácio de Loyola encarou de frente o futuro que essa deficiência lhe traçava. Pesou tudo em sua crueza: “Quero viver na corte, desejo seguir a carreira militar. Se eu ficar coxo de uma perna, não brilharei entre meus pares,não dançarei, não terei valor algum como soldado. Ora, devo lutar, devo luzir na corte. Se não me livrar dessa carência física minha vida está rateada. Então, vamos quebrar de novo esta perna!”
            Imaginemos agora um cirurgião munido dos instrumentos e métodos ortopédicos daquele tempo, desferindo pancadas sobre um osso mal jungido, rompendo-o e ligando-o de novo. O que isso significava de dolorido e dramático, só quem o sofreu pode saber!
             Em seguida, os longos dias e as horas intermináveis de inércia num leito, aguardando a consolidação do osso e a recuperação dos movimentos da perna, seriam horrivelmente enfadonhos para aquele homem super-ativo, afeito a batalhas e grandes realizações.
             Vê-se nessa atitude a decisão extrema do homem que mediu tudo e resolveu aceitar um sacrifício momentâneo em prol de seu futuro brilhante. Excluindo-se os motivos meramente mundanos que o levaram a essa situação, percebe-se naquele Inácio de Loyola o senso da preeminência do definitivo sobre o efêmero, uma fibra de alma para enfrentar tudo que fosse preciso e uma capacidade de olhar os problemas de frente que nos deixam admirados.

Santidade levada às últimas consequências
             O mesmo vigor de espírito, a mesma força de decisão e de vontade ele empregará no momento de se converter e abraçar o chamado de Deus. Homem mundano e militar vaidoso, esquecido das coisas do Céu, sente-se tocado de modo irresistível pela graça e, como procedera em relação ao defeito físico, medita nas suas lacunas morais: “Tenho de encarar de frente as verdades eternas, o Céu, o inferno, a salvação ou a condenação. Recebi graças, compreendi como o ser autêntico católico significa dedicar-se ao serviço de Deus, a amá-Lo sobre todas as coisas nesta Terra e na eternidade. Não ser assim é procurar apenas a felicidade transitória do mundo, mas também o infortúnio e a injúria a Deus. Essa é a verdade, e tenho de encará-la. Devo tirar todas as consequências que daí pendem para mim, Inácio de Loyola, e estas consistem em seguir a voz da graça que me pede, à vista dessas considerações, uma completa mudança de vida, vivendo ao contrário do que até agora vivi, construindo para mim uma existência feita de abnegação, de humildade, mas, sobretudo, de coerência. Serei coerente até o fim na verdade que considerei e abracei por inteiro.
               E temos, assim, o programa de vida magnífico de Santo Inácio de Loyola. Ele não recuou diante de nada e empreendeu tudo quanto foi necessário para levar essa coerência até os últimos limites.

Saiba mais:

24 de julho de 2018

São Joaquim e Sant`Ana


No dia 26 de Julho a Igreja comemora os avós de Jesus; pais de Nossa Senhora. Deus abençoou o matrimônio, e São Joaquim e Santa Ana, já anciãos, conceberam um filho:
a Imaculada Virgem Maria



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21 de julho de 2018

Novos Cooperadores em Fortaleza


Sodalício São José dos Arautos do Evangelho em Fortaleza (CE)
admite quinze novos Cooperadores
Ao centro, o celebrante, Pe. Inácio de Almeida, EP e o
encarregado da sede dos Arautos, Ir. Geraldo Cúrcio, EP 
           Às dez horas do dia quinze de julho do ano da graça de Nosso Senhor Jesus Cristo de dois mil e dezoito, durante a solene Celebração Eucarística presidida pelo Revmo. Pe. Inácio de Almeida Araújo, EP, na casa-sede do Sodalício São José, em Fortaleza (CE), foram recebidos e investidos novos Cooperadores dos Arautos do Evangelho, após concluído o período de formação e cumpridos os trâmites e registros competentes.



Conscientemente e por livre e espontânea vontade, os neo-cooperadores se comprometeram, sob palavra de honra, pelo período de um ano, a cumprir as Obrigações dos Cooperadores da Associação Privada Internacional de Fiéis
de Direito Pontifício Arautos do Evangelho.

É próprio do carisma dos Arautos do Evangelho procurar a perfeição através da beleza,
para cumprir o mandamento de Nosso Senhor: 

"Sede perfeitos, como vosso Pai do Céu é perfeito". 
Veteranos e novos Cooperadores após solenidade de admissão.

20 de julho de 2018

Santo Elias voltará? Quando?


Festa de Santo Elias, profeta
             Presente na Transfiguração de Jesus Cristo, reatador da aliança de Deus com o povo hebreu, adversário e destruidor do culto pagão de Baal, primeiro devoto de Nossa Senhora, o profeta Elias foi arrebatado vivo num carro de fogo. Onde se encontra? Voltará? Quando? Eis questões candentes a respeito de um dos mais extraordinários personagens da História, cuja memória a Igreja celebra hoje, dia 20.

              "E ele, respondendo, disse-lhes: Elias certamente há de vir [antes de minha segunda vinda], e restabelecerá todas as coisas" (Mt 17, 11).
              São palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo a Pedro, João e Tiago, logo após o episódio da Transfiguração. Se aos profetas no Antigo Testamento coube a honra e a glória de anunciar a vinda do Salvador, Santo Elias teve o privilégio de ser anunciado pelo próprio Messias.
              Quando desciam o monte Tabor, o Mestre proibiu aos três Apóstolos contar os fatos ocorridos lá no cimo, até sua ressurreição. Pelo caminho, vinham os discípulos conversando entre si a respeito do sentido da grandiosa cena à qual haviam assistido. Como todo judeu piedoso, acreditavam na necessidade de Elias preceder o Messias. E agora ele aparecera na Transfiguração de Jesus! Seria o começo? Um deles não se conteve e perguntou ao Mestre: "Por que dizem os escribas que Elias ainda há de vir?"
               E Jesus retorquiu com as palavras reproduzidas no início do presente tópico, confirmando a profecia sobre o retorno de Elias para restabelecer a ordem. Quando?

               Informe-se agora, lendo a maravilhosa história deste grande personagem do Antigo Testamento, nas palavras do fundador dos Arautos do Evangelho, Mons. João Clá Dias.
               Acesse Aqui

15 de julho de 2018

Nossa Senhora do Carmo: Como receber e usar o Escapulário


                           16 de julho, festa de Nossa Senhora do Carmo

          Assim como vestiu seu Filho Jesus com uma túnica de valor inapreciável, Maria Santíssima quer nos revestir, a nós, seus filhos adotivos, com  a mais eficaz das vestimentas. 
                             
          No dia 16 de julho de 1251, São Simão Stock suplicava a Nossa Senhora ajuda para resolver um problema da Ordem Carmelitana, da qual era o Prior Geral. Enquanto ele rezava, a Virgem apareceu-lhe, trazendo o Escapulário nas mãos, e disse essas confortadoras palavras:
         "Filho diletíssimo, recebe o Escapulário da tua Ordem, sinal especial de minha amizade fraterna,privilégio para ti e todos os carmelitas. Aqueles que morrerem com este Escapulário não padecerão o fogo do Inferno. É sinal de salvação, amparo e proteção nos perigos, e aliança de paz para sempre".
 
          Como receber e usar o Escapulário
          1 - Qualquer padre tem poder para benzer e impor na pessoa o Escapulário.
          2 - Essa bênção e imposição valem para toda a vida, portanto, basta recebê-lo uma vez.
          3 - Quando o Escapulário se desgastar, basta substituí-lo por um novo.
          4 - Mesmo quando alguém tiver a infelicidade de deixar de usá-lo durante algum tempo, pode simplesmente retomar o seu uso, não é necessária outra bênção.
          5 - Uma vez recebido, ele deve ser usado sempre, de preferência no pescoço, em todas as ocasiões, mesmo enquanto a pessoa dorme.
          6 - Em casos de necessidade extrema, como doentes em hospitais, se o Escapulário lhe for retirado, o fiel não perde os benefícios da promessa de Nossa Senhora.
          7 - Em casos de perigo de morte, mesmo um leigo pode impor o Escapulário. Basta recitar uma oração a Nossa Senhora e colocar na pessoa um escapulário já bento por algum sacerdote.
          8 - O Papa São Pio X autorizou substituir o Escapulário por uma medalha que tenha de um lado o Sagrado Coração de Jesus e do outro uma imagem de Nossa Senhora. Mas a recepção deve ser feita com o escapulário de tecido.

Saiba mais, nas palavras de Mons. João S. Clá Dias:

13 de julho de 2018

Palestras formativas para Cooperadores-Arautos



            Os Cooperadores-Arautos do Sodalício de Nossa Senhora da Saúde, de São Paulo, continuam a realizar suas reuniões semanais, agora em nova sede anexa à Capela de Nossa Senhora de Fátima, do Bairro de Petrópolis, na vizinha Mairiporã.
            Nas últimas semanas vários sacerdotes arautos proferiram palestras sobre variados temas de formação católica.
            No Sábado, o Pe. Paulo Sérgio Martins discorreu sobre a tema “Confiança e Amparo da Santíssima Virgem”.
            Seguem algumas fotos de vários atos realizados na nova sede.





3 de julho de 2018

O Apóstolo São Tomé esteve no Brasil?


O Apóstolo São Tomé toca as chagas do Senhor
             Um homem de longas barbas, a quem chamavam Sumé, de aspecto venerável, a ensinar a doutrina cristã e a aproveitar os recursos da terra. Era assim que os índios da Baia de Todos os Santos relatavam para os colonos e missionários aqui chegados. Os primeiros registros são de 1514.
             Seria verdade ou lenda?

            Nesta data em que comemoramos a Festa de São Tomé, vejamos os documentos da época, cuidadosamente conservados.
           Em 1549 chegam à Bahia o Pe. Nóbrega e Anchieta. Poucos dias depois em carta aos jesuítas de Lisboa (1) conta o Pe. Nóbrega ter ouvido dos índios referências a um evangelizador que, além de pregar a doutrina cristã, lhes ensinara a colher raízes comestíveis, como a mandioca.
             Quem seria ele?
Pegadas misteriosas na rocha
             Informa o Pe. Nóbrega em sua carta:
“Dizem eles que São Tomé, a quem chamam Sumé, passou por aqui. Isto lhes foi dito por seus antepassados.(…) E que suas pegadas estão marcadas [numa rocha à beira-mar] (2), as quais eu fui ver para ter mais certeza da verdade, e vi com os próprios olhos quatro pegadas muito assinaladas com seus dedos, as quais algumas vezes [a maré] cobre quando sobe.(…) Dizem também que lhes prometeu voltar outra vez.”
              Escrevendo no mesmo ano ao Dr. Martin de Azpicueta, de Coimbra, diz: “E também [os índios] têm notícia de São Tomé, e há em uma rocha nesta Bahia umas pisadas que se têm por suas, e outras em São Vicente”.
              Quando gravou milagrosamente na rocha as marcas de seus pés, estava o santo Apóstolo “fugindo dos índios que o queriam flechar”. Teria querido ele, num último ato de bondade, deixar aos índios um testemunho que os ajudasse a crer na palavra dos missionários chegados séculos depois?
              Jesuítas promovem romarias
              Em carta de 1552, o Pe. Francisco Pires relata uma das frequentes peregrinações ao local das
pegadas: Disseram-nos [os índios] que morássemos ali [local chamado Paripe, a algumas léguas da cidade do Salvador] e que nós, que sabíamos, os ensinássemos e eles nos fariam uma casa nas pegadas do bem-aventurado Santo. Com eles partimos de manhã (…) Lá chegando era meia maré baixa, e vimos pegadas, que estão em pedra muito dura, (…) a pedra cedeu sob seus pés como se fosse barro”.
              Sobre a passagem de São Tomé por terras americanas, escreve o conhecido historiador Rocha Pitta:
              “A vinda do glorioso Apóstolo S. Tomé anunciando a doutrina católica, não só no Brasil, mas em toda a América, tem mais razões para se crer que para se duvidar; pois mandando Cristo Senhor Nosso aos seus sagrados Apóstolos pregar o Evangelho a todas as criaturas e por todo o mundo, não consta que algum dos outros viesse a esta região, tantos séculos habitada antes da nossa Redenção;(…) não se pode imaginar que faltasse a providência de Deus a estas criaturas.(…)
               De ser o Apóstolo S. Tomé o que no Mundo Novo pregou a doutrina evangélica, há provas grandes, como testemunho de muitos sinais em ambas as Américas”.(3)
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(1) Cartas dos Primeiros Jesuítas do Brasil – I- (1538-1553) – Serafim Leite S.J. – São Paulo – 1954
(2) As palavras entre colchetes [ ] são precisões ao texto do Pe. Nobrega que julgava ser o local um rio,
Na realidade é a Bahia de Todos os Santos, portanto Oceano Atlântico.
(3) (História da América Portuguesa, vol. XXX – W.M. Jackson Inc. Editores — 1970).
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[Os textos completos podem ser consultados na Revista Arautos do Evangelho, nº 23, novembro de 2003,
pp. 40-41, artigo “Piedosa lenda ou fato real?, de Oscar Macoto Motitsuki]


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