19 de agosto de 2014

Ó clemente, ó piedosa, ó doce sempre Virgem Maria



            A Igreja comemora São Bernardo de Claraval, neste dia 20 de agosto.Foi Abade, Santo e Doutor da Igreja. Nascido em 1090 em Fontaine-lès-Dijon, na região de Borgonha. Faleceu, aos 63 anos, na Abadia de Claraval, em 1153.
           Grande propagador da Ordem e defensor da Igreja foi uma das personalidades mais influentes do século XII. Escreveu a regra dos Templários entre outras obras como o Tratado do Amor de Deus e o Comentário ao Cântico dos Cânticos. Foi também o compositor ou redator do hino Ave Maris Stella. Também é sua a invocação: “Ó clemente, ó piedosa, ó doce Virgem Maria” presente ao final da oração Salve-Rainha. É também o autor da célebre sentença de que “DEUS quis que recebamos tudo por MARIA”; sentença esta que através dos séculos se transformou numa espécie de senha Mariana.
            Aos nove anos de idade é enviado para a Escola Canônica de Châtillon-sur-Seine, onde mostra um gosto particular pela literatura. Em 1112, decide entrar na Abadia de Cister, fundada em 1098 por São Roberto de Molesme. Convence vários amigos, irmãos e parentes a ingressarem com ele na vida monástica e chega assim com outros 30 candidatos para entrar na Abadia. Bernardo busca formação, sempre inspirado na Bíblia, nos Padres da Igreja e numa predileção, quase que exclusiva, pelo Cântico dos Cânticos e por Santo Agostinho.
            São Bernardo fundou aproximadamente 70 mosteiros, na França, Espanha, Inglaterra, Irlanda, Flandres, Itália, Dinamarca, Suécia e Hungria, além de muitos outros que vieram a filiar-se à Ordem. Em 1151, dois anos antes de sua morte, existiam aproximadamente 500 abadias cistercienses e 700 monges ligados a Claraval.
            Foi canonizado em 1174 por Alexandre III e declarado Doutor da Igreja por Pio VIII em 1830.
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            São Bernardo escreveu numerosas obras, milhares de cartas e mais de 300 sermões. Nestes sermões, de rara beleza literária e grande entusiasmo, fazem-nos refletir mais profundamente e intensamente sobre a importância da Devoção Mariana e apresentam, de forma poética, sua estreita ligação com “o enviado”. Passamos a transcrever, para contemplação e inspiração de todos, um de seus sermões, denominado “Sermão sobre o Missus est”:

           “Ó tu, quem quer que sejas, que nas correntezas deste mundo te apercebas: antes ser arrastado entre procelas e tempestades do que andando sobre a terra, desviares os olhos desta Estrela, se não queres afogar-te nessas águas.
            Se se levantam os ventos das tentações, se cais nos escolhos dos grandes sofrimentos, olha a Estrela, invoca Maria.
            Se as iras, ou avareza, ou os prazeres carnais se abaterem sobre tua barca, olha para Maria.
            Se, perturbado pelas barbaridades de teus crimes, se amedrontado pelo horror do julgamento,começas a ser sorvido em abismos de tristeza e desespero, pensa em Maria.
            Nos perigos, nas angústias, nas dúvidas, olha para a Estrela, pensa em Maria, invoca Maria. Que ela não se afaste de teus lábios, não se afaste de teu coração.
            E, para que possas pedir o auxílio de sua oração, não esqueças o exemplo de sua vida.
            Seguindo-a, não te desviarás; suplicando-lhe, não desesperarás; pensando nela, não errarás.  

            Se ela te segurar, não cairás; se te proteger, não terás medo; se ela te conduzir, não te fatigarás; se estiver do teu lado, chegarás ao fim. E assim experimentarás em ti mesmo quanto é verdade aquilo que foi dito: “E o nome da Virgem era Maria”.

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