4 de dezembro de 2015

Orgulho e sensualidade: paixões propulsoras da crise atual


                                                               Torre de Babel

        No último Sábado os cooperadores do Sodalício Nossa Senhora da Saúde, desta capital, puderam assistir interessante palestra proferida pelo arauto Pe. Caio Newton da Fonseca. O tema desenvolvido foi “O orgulho e a sensualidade”, paixões que desencadearam a crise por que passa o mundo contemporâneo. O programa constou também do atendimento de confissões e da Celebração Eucarística, presidida pelo mesmo sacerdote.

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        O texto que segue é ilustrativo da tese desenvolvida durante a conferência:
        No Paraíso terrestre “à hora da brisa, depois do meio-dia”, Deus passeava com Adão (Gn 3,8). Em seu dom de integridade e de dentro de sua inocência, era-lhe facílimo correlacionar qualquer criatura com Deus, tornando o dia-a-dia pervadido de contemplação, consolo e crescente caridade. Devido à sua imortalidade e ao seu progresso espiritual, chegando sua perfeição ao grau máximo, o homem seria conduzido à visão beatífica,em corpo e alma.
        Entretanto… o pecado destruiu esse belíssimo processo. A atração pelo mundo visível desligado de seu Criador adquiriu a voracidade das paixões: A sensualidade se apoderou dos homens e “todos os pensamentos de seu coração estavam continuamente voltados para o mal” (Gn 6, 5). Deus, “ferido de íntima dor” (Gn 6, 6), enviou à terra o dilúvio, após o qual estabeleceu uma aliança com Noé, abençoando-o.
        Seus descendentes, porém, puseram-se a escalar o céu com a Torre de Babel, movidos por supremo orgulho: “Tornemos assim célebre o nosso nome” (Gn 11, 4). Por essa razão Deus confundiu-lhes a linguagem, um dos mais excelentes frutos da inteligência.
        A sensualidade foi a causa do dilúvio; e o orgulho, da dispersão dos povos.
       Até mesmo no Novo Testamento encontramos a presença desse divino desagrado.
       É o próprio São Paulo quem no-lo descreve em sua Epístola aos Romanos, afirmando que desde a criação do mundo tornou-se possível chegar ao conhecimento de Deus para glorificá-Lo e agradecer-Lhe, e se assim não procede o homem, seu coração se obscurece e acaba por cair na estultice. Por isso, segundo o Apóstolo, foram os romanos abandonados “aos desejos de seus corações, à imundície (…) a um sentimento depravado” (Rom 1,24-28). Este primeiro capítulo da Epístola traz um encadeamento de horrores.
       Ao mandar pelo mundo os doze Apóstolos, Jesus quis não só reconstituir a unidade perdida em Babel com a confusão das línguas, dos ideais e dos amores, mas até mesmo erigir a verdadeira torre que atinge o Céu, a Santa Igreja Católica, Apostólica e Romana. Quando os povos ouvirem a voz dos Apóstolos, o unum da História do mundo se recomporá!

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