17 de julho de 2015

Os Quarenta Mártires do Brasil



          A Igreja traz hoje a memória do martírio do Beato Inácio de Azevedo e outros 39 companheiros de missão.
          O fervor missionário desse jesuíta ilustre está no início desta epopeia magnífica de 40 mártires, todos missionários e, na sua maioria, de idades entre os 18 e os 30 anos.
          Inácio de Azevedo era natural do Porto, onde nasceu em 1526, de família importante e influente. Aos 22 anos, entrou para a Companhia de Jesus, a ordem dos jesuítas, que tinha sido fundada havia apenas oito anos. Foi ele o primeiro  reitor do Colégio de Santo Antão em Lisboa, foi provincial de Portugal e foi o primeiro reitor do Colégio de São Paulo, em Braga, fundado por Frei Bartolomeu dos Mártires. Destacava-se pela penitência, oração e obras de misericórdia. Mas a sua grande paixão eram as missões!
          O seu caráter empreendedor, ativo e enérgico levou São Francisco de Borja, Superior-Geral de toda a Ordem, a nomeá-lo visitador das Missões do Brasil. Chegou à Bahia, em 24 de Agosto de 1566, juntamente com outros jesuítas. Exerceu o mandato de dois anos, com grande dinamismo e oportunas medidas de governo. Regressou a Portugal, em 24 de Agosto de 1568, canalizando todo o seu empenho em conseguir reforços missionários para o Brasil, tanto de Portugal como de Espanha. Reuniu uma expedição de 73 jovens religiosos que, antes de zarparem nas três naus da frota do Governador do Brasil, fizeram uma preparação cultural e espiritual de vários meses, na Quinta de Val de Rosal, na Charneca de Caparica. Ali, fizeram todos os Exercícios Espirituais e receberam lições de geografia, de catequese e de pedagogia missionária adaptada ao trabalho evangelizador no Brasil.    
         A nau em que viajavam levava 32 portugueses e oito espanhóis, sendo dois sacerdotes, um diácono, 23 jovens estudantes e 14 irmãos. Nas Canárias, foi atacada por protestantes calvinistas, que, atacando a sua nau, quiseram poupar os tripulantes e os soldados, mas gritaram contra os jesuítas: "Mata, mata, porque vão semear doutrinas falsas no Brasil".
          Inácio foi ao encontro deles, com a imagem de Nossa Senhora nas mãos, dizendo em alta voz:
         "Todos me sejam testemunhas como morro pela Fé católica e pela Santa Igreja Romana". Já ferido mortalmente, ainda dizia aos companheiros: "Não choreis, filhos. Não chegaremos ao Brasil, mas fundaremos, hoje, um colégio no céu". Era o dia 15 de Julho de 1570.
           Humanamente falando, foi uma catástrofe para a evangelização do Brasil. Mas sabemos que, aos olhos de Deus, os mártires são os melhores evangelizadores, no dizer de Tertuliano: "Sangue de mártires é semente de cristãos".
           Foram beatificados a 11 de Maio de 1854, pelo Papa Pio IX. Tratou-se, na verdade, do reconhecimento e aprovação de um culto que já existia anteriormente. A sua festa litúrgica foi fixada no dia 17 de Julho.
                                                    Gaudium Press - Agência católica de notícias

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