18 de março de 2010

São José não falha

               Na festa de São José, castíssimo esposo da Virgem Maria, príncipe da Casa real de David e padroeiro da Igreja Católica, queremos prestar-lhe uma filial homenagem.
               Para isto, transcrevemos aqui uma interessantíssima história, que certamente muito agradará aos nossos caros internautas.


Estrangeiro, quer me responder?
          
                Os missionários do Verbo Divino, Pe. Goetz e o Irmão Gervásio tiveram uma ocorrência
na China, que escapa à compreensão humana. Irmão Gervásio tinha sido acompanhante do
cientista Dr. Filchner através do Tibete para a Índia.
               Certo dia acompanhou o padre de Kaotai para atender uma doente nas montanhas do sul, chamadas Montanhas do Tribunal. Foram três dias a cavalo. Percorridos mais de 200 km, estavam finalmente no lugar. A doente já havia morrido.
               Aborrecidos e deprimidos, os missionários trataram de voltar. Haviam descido metade da região montanhosa, quando, à beira da estrada, um moço os esperava e pediu para verem a mãe dele. O jovem conduziu-os uns 10 a 15 km fora da estrada principal, a um lugarejo. Numa casa de pau a pique, achava-se uma velhinha doente. Esta logo os foi abordando com perguntas fora de série.
               “Estrangeiro, quer me responder de verdade às minhas perguntas?”
               “Sem dúvida, mãezinha! Que perguntas tem?”
               “Existe um Deus em três figuras? Existe na outra vida um lugar de alegria para os bons, e um lugar de horror para os maus? É certo que Deus veio a esta terra, para morrer pelos homens e lhes abrir o lugar da felicidade? Estrangeiro, isso tudo é verdade?”
               O padre confirmou tudo cheio de admiração, perguntando a si próprio, donde a doente tinha estes conhecimentos?
               “Bem, o senhor traz água consigo? - prosseguiu a anciã. Lava-me para que eu possa entrar no lugar da felicidade!”
               Donde sabia que o padre trazia água batismal?
               A forma decidida da doente tinha qualquer coisa de infantil, ao mesmo tempo de muito bem pensado.
               Pe. Goetz deu-lhe mais umas instruções e a batizou. Foi aí que a doente cheia de alegria, exclamou ainda: “O Senhor traz consigo também o pão. Não o pão comum, mas é o próprio Deus. Dê-me do pão!”
               O missionário efetivamente trazia o Santíssimo sobre seu peito. A doente sabia isso também. Deu-lhe a santa comunhão e a ungiu com o óleo dos enfermos, após tudo isso, disse-lhe:
               “Até aqui a senhora me fez perguntas, agora eu vou perguntar. Onde aprendeu as verdades da fé? Conviveu tempos atrás com cristãos católicos ou evangélicos?
               “Não, estrangeiro”.
               “Leu então em livros cristãos?”
               “Nem sei ler estrangeiro, nem eu sabia que podem existir livros assim”.
               “E donde tem esses conhecimentos da fé?”
               “Eu só pensei que assim devia ser, e há uns 10 anos vivi sempre de acordo com isso.
Também ensinei os meus filhos todos, nessa convicção, assim pode lavá-los (batizá-los) a todos”.
               “E sabia que hoje nós iríamos passar por aqui?”
               “Sim, com plena certeza. Tive um sonho e vi um senhor mais velho. Ele me disse para mandar meu filho para a estrada e para chamar os dois estrangeiros. Eles iriam me levar para um bom lugar para depois da morte”.
               Os missionários estavam perplexos e emocionados. A disposição cheia de candura da velha doente em face da morte era tão simples que não deixava margem nenhuma de dúvida. Para despedida, deram-lhe um santinho de São José, o padroeiro dos agonizantes. Foi aí que a anciã irradiou de alegria deslumbrante: “Este eu conheço. Ele me visitou. Esteve várias vezes aqui. Foi ele que me mandou chamá-los na estrada”.
               O que a velha chinesa teve, fora sonho ou visão? Ela mesma não sabia fazer a distinção, e para ela isso não tinha a mínima importância. O importante lhe era o quanto dele aprendera.
               Os missionários tiveram muita, muita coisa para pensar com este caso. Mais tarde ficaram sabendo que a dita mulher falecera na noite após o batismo.

(Ludwig Lenzen) - Pag. 202 a 204.
Autor:A. M. Weigl      Edições Rosário - 1992 – Curitiba-PR



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