21 de agosto de 2019

Nossa Senhora Rainha do Universo

Dr. Plínio comenta


          Nesse 22 de agosto, dia de Nossa Senhora Rainha, vejamos uma das razões pelas quais a Igreja A intitula assim.
          O universo, quer material quer espiritual, é uma obra de arte, cujo celeste Artista é Deus. Ele tudo faz com harmonia.
          Por que terá Deus escolhido o homem para nele se encarnar? E no gênero humano ter escolhido Maria por Mãe?
          Os teólogos afirmam com todo fundamento que o homem é um resumo da Criação: temos em nós minerais, vegetais, corpo como os animais e a alma semelhante aos anjos.
          O homem abarca assim, desde o pedregulho mais simples, ao esplendoroso diamante; da graminha mais comum, à gigantesca sequoia com mais de cem metros de altura; duma minúscula “joaninha” ao imponente leão ou à majestosa águia. Nossa alma, espiritual assemelha-se ao Anjo, sem excluir os mais perfeitos deles, os serafins.
          Honrando o homem, Deus quis honrar a síntese do universo material e espiritual, criado por Ele mesmo.
          Se um de nós tivesse a ventura de ver o seu Anjo da guarda, depois de uma reverência a que ele tem direto, poderia dizer:
          — Vós sois superior a mim porque sois só espírito, mas eu sou superior a vós porque não sou só espírito; sou um resumo de toda a Criação.
          Nascendo no gênero humano, Deus — o único ser que podia escolher a própria mãe — escolheu Maria.
          A Virgem Santíssima, pelo fato de ser Mãe de Deus, é elevada acima dos próprios Anjos, assemelhando-se a um magnífico broche de ouro que une as duas partes de um manto real.
          Rainha por escolha de Deus, Rainha por descender da estirpe real de Davi, Rainha porque Mãe de Jesus, Rei do Universo.
                                                             ----------


Maria Rainha: obra-prima da misericórdia de Deus
À luz dos precedentes ensinamentos, ouçamos o Prof. Plinio Corrrêa de Oliveira tecendo alguns comentários sobre a realeza da Santíssima Virgem:

Nossa Senhora Rainha é um título que exprime o seguinte fato. Sendo Ela Mãe da segunda Pessoa da Santíssima Trindade e Esposa da Terceira Pessoa, Deus, para honrá-La, deu-Lhe o império sobre o universo: todos os Anjos, todos os Santos, todos os homens vivos, todas as almas do Purgatório, todos os réprobos do Inferno e todos os demônios obedecem à Santíssima Virgem. De sorte que há uma mediação de poder, e não apenas de graça, pela qual Deus executa todas as suas obras e realiza todas as suas vontades por intermédio de sua Mãe.

Maria não é apenas o canal por onde o império de Deus passa, mas é também a Rainha que decide por uma vontade própria, consoante os desígnios do Rei. Nossa Senhora é uma obra-prima do que poderíamos chamar a habilidade de Deus para ter misericórdia em relação aos homens…

Rainha dos corações

Continua o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira: São Luís Grignion de Montfort faz referência a essa linda invocação que é Nossa Senhora Rainha dos Corações. Como coração entende-se, na linguagem das Sagradas Escrituras, a mentalidade do homem, sobretudo sua vontade e seus desígnios.

Nossa Senhora é Rainha dos corações enquanto tendo um poder sobre a mente e a vontade dos homens. Este império, Maria o exerce, não por uma imposição tirânica, mas pela ação da graça, em virtude da qual Ela pode liberar os homens de seus defeitos e atraí-los, com soberano agrado e particular doçura, para o bem que Ela lhes deseja.

Esse poder de Nossa Senhora sobre as almas nos revela quão admirável é a sua onipotência suplicante, que tudo obtém da misericórdia divina. Tão augusto é este domínio sobre todos os corações, que ele representa incomparavelmente mais do que ser Soberana de todos os mares, de todas as vias terrestres, de todos os astros do céu, tal é o valor de uma alma, ainda que seja a do último dos homens!

Cumpre notar, porém, que a vontade (isto é, o coração) do homem moderno, com louváveis exceções, é dominada pela revolução. Aqueles, portanto, que querem escapar desse jugo, devem unir ao Coração por excelência contra-revolucionário, ao Coração de mera criatura no qual, abaixo do Sagrado Coração de Jesus, reside a Contra-Revolução: ao Sapiencial e Imaculado Coração de Maria.

Façamos, então, a Nossa Senhora este pedido: “Minha Mãe, sois Rainha de todas as almas, mesmo das mais duras e empedernidas que queiram abrir-se a Vós. Suplico-Vos, pois: sede Soberana de minha alma; quebrai os rochedos interiores de meu espírito e as resistências abjetas do fundo de meu coração. Dissolvei, por um ato de vosso império, minhas paixões desordenadas, minhas volições péssimas, e o resíduo dos meus pecados passados que em mim possam ter ficado. Limpai-me, ó minha Mãe, a fim de que eu seja inteiramente vosso.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário