29 de outubro de 2018

A estética do Universo


                                                 Prof. Plínio Corrêa de Oliveira

          Na semana passada os Cooperadores do Sodalício Nossa Senhora da Saúde puderam apreciar o desenvolvimento do tema “A estética do Universo”, já anunciado nesta página. Dando continuidade a este tema, neste último fim de semana o Pe. Orlando Kimura, EP, apresentou abundante argumentação desenvolvida na década de 60 pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, lider católico já conhecido pelos nossos internautas. O programa também constou da celebração da Eucaristia, participação do coral,  e de um delicioso jantar, em homenagem ao sacerdote expositor, que fazia aniversário neste dia.




        
          Dr. Plínio analisava duas concepções de vida diversas: a católica e a anti-católica moderna, e procurava mostrar que, acima das aparências, a razão profunda da oposição entre ambas é de caráter metafísico-religioso. Esta é a causa fundamental da divisão dos espíritos.

          Seguem alguns poucos excertos dessa conferência:
          Pode uma maneira de encarar os problemas do Universo encerrar uma questão religiosa?
          Considerando a Criação, podemos nos perguntar por que Deus, tendo em si toda a plenitude, desejou criar a imensa quantidade de seres que compõem o universo.
          Sendo infinitamente perfeito, não precisava criá-los. E se é verdade que não havia nenhum motivo que o impedisse de dar existência ao cosmos, de outra parte razão alguma existia que O obrigasse a fazê-lo. Em sua bondade e sabedoria infinitas, Deus assim o quis. E então, com que de um jorro, uma quantidade incontável de seres foi por Ele produzida.
          Deus Nosso Senhor, além de ter em si todas as perfeições, vê também em si todos os graus de perfeição possíveis. Seu intuito, ao criar tão  grande  número de seres, foi fazer com que esses seres não só espelhassem a sua perfeição, mas a reproduzissem nos mais variados graus.
          Assim se explica o caráter hierárquico que Deus imprimiu ao universo.
          Esses graus de perfeição espelham convenientemente a Deus.
          Não podia Deus criar uma única criatura que por si só refletisse todas as suas perfeições tão bem como o conjunto dos seres criados? Não nos parece que esta questão possa ser considerada como objeto de uma opinião unânime dos filósofos, mas somos muitíssimo propensos a pensar que isso seria metafisicamente impossível. Deus criou o universo composto de muitas criaturas para que
elas, de um lado pela sua pluralidade, de outro pela sua hierarquização, espelhassem de modo conveniente a perfeição divina.
          A razão de ser da criação consiste, portanto, em dar glória a Deus, espelhando de modo completo e pleno as perfeições que n’Ele existem.
          Essas considerações são importantes para a exata compreensão do que seja a “causa católica”.
          Poder-se-ia conceituá-la como sendo o ideal que visa a fazer com que a Criação dê glória a Deus, considerada entretanto a Criação em seu todo, e não somente em um ou outro de seus aspectos
parciais. É o conjunto das famílias, das cidades, das nações, da humanidade, e, em última análise, do universo inteiro, que se trata de fazer com que dê glória a Deus.

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