12 de junho de 2011

Milagre eucarístico: Santo Antônio e a mula do herege



               Nesta data de 13 de junho a Igreja Católica comemora a festa de um dos Santos mais populares do Brasil, conhecido pelo número grandioso de milagres que operou em vida e após a subida de sua alma aos Céus.
Publicamos aqui a linda história de um dos seus milagres:


               Em todos os lugares por onde passava, Santo Antônio de Pádua era o flagelo dos hereges, em
virtude do maravilhoso dom que possuía de refutar suas objeções e desmascarar suas calúnias contra a Fé Católica. Encontrando-se ele certo dia em Toulouse (França) para combater os erros dos inimigos da Santa Igreja, viu-se em luta contra um dos mais tenazes albigenses. A longa discussão acabou recaindo sobre o tema do augusto Sacramento da Eucaristia. Após grandes dificuldades, o defensor do erro ficou reduzido ao silêncio. Por fim, derrotado, mas não convertido, ele recorreu a um argumento extremo, desafiando o Santo:
                — Deixemos de palavras e vamos aos fatos. Se, por algum milagre, podeis provar diante de todo o povo que o corpo de Cristo está de fato presente na Hóstia consagrada, eu abjuro a heresia e me submeto ao jugo da Fé.
                — Aceito o desafio — replicou logo Santo Antonio, cheio de confiança na onipotência e na misericórdia do Divino Mestre.
                — Eis, pois, o que proponho: tenho em minha casa uma mula; depois de deixá-la fechada durante três dias sem qualquer alimento, eu a trarei para esta praça. Então, em presença de todos, oferecerei a ela uma abundante quantidade de aveia para comer. E vós lhe apresentareis isso que dizeis ser o corpo de Jesus Cristo. Se o animal faminto abandonar a comida a fim de correr para esse Deus que, segundo vossa doutrina, deve ser adorado por todas as criaturas, eu crerei de todo coração no ensinamento da Igreja Católica.
                No dia marcado, acorreu gente de todas as partes, enchendo a praça onde se realizaria a grande
prova. Católicos e hereges, todos estavam numa expectativa fácil de imaginar. Perto dali, numa capela, Frei Antônio celebrava a Santa Missa com um fervor angelical.
                Chega então o albigense, puxando sua mula, enquanto um comparsa traz o alimento preferido do
animal. Uma multidão de hereges o escolta, pressagiando sua vitória.
                Nesse momento, sai da capela Santo Antônio, tendo nas mãos o cibório com o Santíssimo
Sacramento. Faz-se um profundo silêncio. Dirigindo-se à mula, ele brada com forte voz:
                — Em nome e pelo poder de teu Criador, o qual, apesar de minha indignidade, aqui seguro realmente presente em minhas mãos, eu te ordeno, pobre animal: vem sem demora inclinar-te com humildade diante d’Ele. Devem os hereges reconhecer que toda criatura presta submissão a Jesus Cristo, Deus Criador, que o padre católico tem a honra de fazer descer sobre o altar!
                Ao mesmo tempo, o albigense põe o monte de aveia debaixo da boca da mula esfomeada, incitando-a a comer.
                Oh, prodígio! Sem prestar qualquer atenção no alimento que lhe é oferecido, não escutando senão a voz de Frei Antônio, o animal se inclina ao ouvir o nome de Jesus Cristo e depois se prostra de
joelhos diante do Sacramento de Vida, como para adorá-lo.
                À vista disto, os católicos explodem em manifestações de entusiasmo, enquanto os albigenses
ficam esmagados de estupor e confusão.
                O dono da mula, porém, mantendo a palavra de honra dada a Santo Antônio, abjura a heresia e
torna-se um fiel filho da Igreja.

                                 (P. Eugéne Couet, Miracles Historiques du Saint Sacrément, 3ª ed., pp. 170-172)



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