A existência do Purgatório foi ensinada pela Igreja desde os tempos mais remotos e foi aceita com indubitável fé quando a Palavra de Deus foi pregada. A doutrina é revelada na Sagrada Escritura e crida por milhões e milhões de crentes de todos os tempos.
Entretanto, as idéias de alguns sobre este tema tão importante muitas vezes são vagas e superficiais; são como pessoas que cerram seus olhos e caminham deliberadamente no fio de um precipício.
Seria bom recordar que a melhor maneira de diminuir nossa estadia no Purgatório - o ainda mais, evitá-lo - é ter uma clara idéia dele, e de pensar bem nele e adotar os remédios que Deus nos oferece para evitá-lo. Não pensar nele é fatal. É cavar para si mesmos a fossa, e preparar para si um terrível, longo e rigoroso Purgatório.
Assim começou um sacerdote arauto a explicar a doutrina da Igreja Católica sobre a existência do Purgatório numa palestra para cooperadores dos Arautos do Evangelho.
Logo no início, depois da Celebração Eucarística, para ilustrar tão palpitante tema mencionou o exemplo de um príncipe polonês ateu, citado na obra “Almas Benditas”, livrinho excelente, com aprovação eclesiástica. Depois, durante 40 minutos discorreu sobre o tema, com base no Catecismo da Igreja Católica.
Segue o exemplo citado:
Houve um príncipe polonês, que por uma razão política, foi exilado de seu pais natal, e chegado à França, comprou ali um lindo castelo. Desafortunadamente, perdeu a Fé de sua infância e estava, ocupado em escrever um livro contra Deus e a existência da vida eterna. Dando um passeio uma noite em seu jardim, se encontrou com uma mulher que chorava amargamente. Perguntou-lhe o porquê de seu desconsolo.
"Oh, príncipe, ela replicou, sou a esposa de John Marie, seu mordomo, o qual faleceu faz dois dias. Ele foi um bom marido e um devoto servente de Sua Alteza. Sua enfermidade foi larga e gastei todos os recursos em médicos, e agora não tenho dinheiro para ir a oferecer uma Missa por sua alma".
O príncipe, tocado pelo desconsolo desta mulher, lhe disse algumas palavras, e ainda que professava já não crer mais na vida eterna, lhe deu algumas moedas de ouro para que mandasse celebrar a Missa por seu defunto esposo.
Um tempo depois, também de noite, o príncipe estava em
seu estúdio trabalhando febrilmente em seu livro. Escutou um ruidoso
tocar a porta, e sem levantar a vista de seus escritos, convidou a
pessoa a entrar. A porta se abriu e um homem entrou e parou defronte à
escrivaninha do príncipe. Ao levantar a vista, qual não foi a surpresa
do príncipe ao ver a John Marie, seu mordomo morto, que o olhava com um
doce sorriso.
"Príncipe, lhe disse, venho agradecer-lhe pelas
Missas que você permitiu que minha mulher encomendasse por minha alma.
Graças ao preciosíssimo Sangue de Cristo, oferecido por mim, vou agora
ao Céu , mas Deus me permitiu vir aqui e agradecer-lhe por suas
generosas esmolas".
Logo acrescentou solenemente "Príncipe, há um Deus, uma vida futura, um Céu e um Inferno". Dito isto, desapareceu.O Príncipe caiu de joelhos e recitou o Credo (Creio em Deus, Pai todo poderoso, Criador do Céu e da Terra...).
* * * * *
Dia de Finados: rezemos pelas almas do Purgatório!
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