30 de abril de 2018

A vocação de São Pio V

          No mês de outubro de 1513, um ancião e um jovem, ambos frades dominicanos, ao viajarem pela alta Itália, encontraram um pastorzinho de dez anos, brigando com uma cabra mal comportada. Tendo visto os dois religiosos, deixou tudo e correu até eles para oscular-lhes as mãos.
          – Como te chamas? – Pergunta o padre prior.
          – Miguel.
          – Tens um grande padroeiro, meu filho! Sabes quem é ele? Será, por acaso, um ilustre Bispo?
        – Oh! Não, Padre. Meu padroeiro, São Miguel, é um Arcanjo, o chefe dos Anjos! Quando Lúcifer, o primeiro dos espíritos celestes, se revoltou, arrastando consigo muitos dos anjos, São Miguel exclamou: “Quem como Deus?” E comandando os anjos bons, ele expulsou os maus do paraíso, precipitando-os no inferno.
          – Foi o pároco quem te ensinou tudo isso?
          – Não… Infelizmente, ele é muito doente e já nem pode mais pregar.
          – Onde, e n t ã o , aprendeste essas coisas? Pois ainda não deves saber ler.
         – Sim, Padre, eu sei! Minha mãe me faz ler todas as tardes, depois de recolher as ovelhas e as cabras no estábulo. Ela também me conta histórias. Ela mesma me ensinou esta, de São Miguel. Eu sei até escrever!
          – Tua mãe é muito sábia! Como se chama ela?
          – Assim como vosso santo fundador, ela chama-se Domenica.
          – Ah! Tu conheces São Domingos e seus religiosos?
          – Um padre que pregou em nossa igreja me deu este terço e ensinou-me a rezá-lo.
          – E tu o recitas todos os dias?
        – Sim, eu rezo meditando os Mistérios Gozosos, Dolorosos e Gloriosos. E esse padre ainda prometeu que se eu perseverasse e conseguisse aprender latim, eu me tornaria um padre pregador como ele.
          – Então vais aprender latim?
         – Oh Não! Nossa senhora não o quer, pois meu pai é pobre e eu devo ajudá-lo. Adeus, Padre! Eu preciso ir, pois meu rebanho se aproveita da minha ausência…
Esse encontro deu aos dois religiosos a idéia de estabelecer, próximo de seu mosteiro de Voghera, o que hoje chamamos Escola Apostólica: Um asilo para os meninos pobres, cuja inteligência e piedade podiam trazer-lhe a esperança de um futuro melhor.
          Na primavera seguinte, essa escola foi fundada. O mais novo dos dois religiosos foi ter com o adoentado pároco local.
         – Conheceis – perguntou ele – um jovem pastor de vossa paróquia, chamado Miguel?
       – Ele é minha criança mais querida – respondeu o ancião – e sua mãe é uma senhora que comunga todas as vezes que eu posso celebrar a Missa. Mas, por que me perguntais a respeito dele?
          – Eu o conheço um pouco, e queria fazer dele um frade pregador.
          – Isso não me parece possível, pois seus pais são pobres exilados, vindos de Bolonha, e o jovem Miguel é seu único sustento. Ele não é chamado a ser frade!
           – Deixe-me dizer: Estou cheio de esperança quanto a esse menino. Na vinda eu rezei o Rosário por ele e espero conquistar o bom Miguel!
           – Assim sendo, ide vós mesmo falar com a família Ghisleri, e entendei-vos com os pais dele!
Após terem conversado, o pai de Miguel Ghisleri consentiu ao pedido desse bom religioso.
          Foi então o jovem Miguel estudar nos Dominicanos de Voghera. Aos 15 anos recebeu o hábito, e aos 23 foi ordenado sacerdote. Lecionou durante 16 anos, tornou-se mestre de noviços e em seguida prior de diversas casas da ordem.
          Em 1556, o Papa Paulo IV nomeou-o bispo de Nepi e Sutri e, no ano seguinte, criou-o Cardeal. Em 1565, faleceu Pio IV, sucessor de Paulo IV e, no conclave, para eleição do novo papa, São Carlos Borromeu, Cardeal Arcebispo de Milão, trabalhou para que os votos favorecessem ao Cardeal Ghisleri.
         De fato, foi eleito pontífice, sob o nome de Pio V, e governou a Igreja durante 7 anos com sabedoria e glória. Foi graças às suas orações e esforços que a os católicos obtiveram vitória contra os turcos, na famosa batalha naval de Lepanto, em 7 de outubro de 1571, a qual salvou o  Cristinianismo de vir a naufragar perante a maré montante turca. Depois da sua morte, a fama das virtudes heróicas e dos milagres que realizava, fizeram com que ele merecesse ser posto entre o número dos santos e sua memória é comemorada no dia 5 de maio.
         Assim, aquele que quando criança fora fiel no cuidado de tão pobre rebanho, tornou-se pastor de toda a Igreja. Tendo sido dedicado em guardar suas ovelhas de todo o perigo, na infância, quando ancião soube também defender seu rebanho ameaçado por ferozes inimigos.
Por intercessão e pelo exemplo de São Pio V, cuja festa celebramos hoje, sejamos também nós fiéis no pouco, para o sermos também nas grandes “lepantos” que teremos durante a nossa vida.
Texto: Renan Freitas

28 de abril de 2018

Um grande apóstolo de Maria



             Puro como um Anjo, zeloso como um Apóstolo, sofredor como um penitente, foi ele o incansável missionário do amor a Jesus, por meio de Maria, na previsão de uma plêiade de almas abrasadas que viriam em tempos futuros.
          
              São Luís Maria Grignion de Montfort difundiu na Igreja a escravidão de amor à Sabedoria Eterna e Encarnada, Jesus Cristo, pelas mãos de Maria. Primogênito de uma família de 18 irmãos, nasceu em Montfort, França, em 31 de janeiro de 1673.
              Desde jovem teve muita devoção à Sagrada Eucaristia e à Santíssima Virgem. Herdou de seu pai o temperamento colérico. Foi São Luis Grignion de Montfort.jpgEla quem o fez dominar seu próprio mau gênio e o colocou nas sendas da santidade.
              Fez-se sacerdote em 1700, sempre com muito desejo de ser missionário. O lema de sua vida sacerdotal era: ser escravo de Maria.
              Por sua fidelidade à doutrina da Igreja e seu ardente zelo em difundir a devoção a Nossa Senhora, foi perseguido pelos jansenistas e galicanos, chegando, inclusive, a ser proibido de confessar e pregar, ou seja, de exercer plenamente seu ministério sacerdotal em numerosas dioceses. Recorreu ao papa Clemente XI, do qual recebeu uma bênção e o título de Missionário Apostólico, para continuar sua obra evangelizadora na própria França.
               São Luís pregou 200 missões e retiros, sempre exaltando a devoção a Nossa Senhora como sendo o caminho mais rápido e seguro de ir a Jesus.
              Fundou a Companhia de Maria, congregação de sacerdotes missionários; as Filhas da Sabedoria, freiras dedicadas à assistência aos doentes nos hospitais e à instrução de meninas pobres; e os Irmãos de São Gabriel, congregação de irmãos leigos voltados para o ensino.
              Suas obras: "Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem", "O segredo de Maria", "O segredo admirável do Santo Rosário" são universalmente conhecidas e recomendadas pelo grande bem que fazem às almas.
              São Luís morreu em Saint Laurent- sur-Sèvre, em 28 de abril de 1716, aos 43 anos de idade.
                                               (Revista Arautos do Evangelho, Abril/2003, n. 16, p. 47)
Saiba Mais: Acesse AQUI 

24 de abril de 2018

Nossa Senhora do Bom Conselho


 
Dia 26 de abril é festa de Nossa Senhora do Bom Conselho, 
o Blog dos Cooperadores
traz a você esta belíssima história cheia de milagres e conversões. O afresco
de Nossa  Senhora  do Bom Conselho  encontra-se na cidade de Genazzano,
na Itália.  Com ele um constante milagre acontece  desde o século XV:
está suspenso   no ar sem fixação nenhuma, afastado da parede
cerca  de três centímetros.  Compartilhe esta história
com sua família e amigos.

Vídeo - Acesse AQUI

12 de abril de 2018

Consagraram-se a Jesus Cristo, na Festa da Divina Misericórdia


No segundo Domingo da Páscoa a Igreja celebra
a Festa da Divina Misericórdia, conforme o
pedido que Nosso Senhor Jesus Cristo
fez a Santa Faustina Kowalska.
"O desejo de Deus Filho é formar-se e, por assim dizer, encarnar-se todos os dias, por meio de sua Mãe, em seus membros" (São Luís Montfort)
Escravos de amor a Maria, consagrados a Jesus Cristo no último dia 7 de abril
Ao centro, Pe. David Francisco, EP e Ir. Geraldo Cúrcio, EP
É razão para que esta data seja lembrada com maior significado e devoção para o novo grupo de devotos de Maria que se consagrou a Jesus Cristo, a Sabedoria Encarnada, pelas mãos virginais da Mãe de Misericórdia.

A solenidade de consagração ocorrida na Casa São José, sede dos Arautos do Evangelho em Fortaleza transcorreu durante Missa celebrada pelo Pe. David Francisco, EP reunindo um grande número de fiéis e familiares daqueles que se uniram mais proximamente a Nossa Senhora.




Durante a celebração eucarística, o texto da Consagração, composto por São Luís Maria Grignion de Montfort, foi pronunciado de joelhos diante da Sagrada Imagem do Imaculado Coração de Maria pelo Sacerdote e pelos fiéis; e com muita Fé e compenetração, assinado por cada um dos consagrados.


Ao final da Missa, cada um dos neo-consagrandos dirigiu-se à imagem de Nossa Senhora e, aos seus pés, segurando a corrente, símbolo da união do fiel a Maria, recitou a fórmula breve da consagração: “Ó minha Mãe e Senhora, sou todo vosso e tudo o que tenho Vos pertence.”


Os Cooperadores locais tiveram viva participação na cerimônia realizada.

Morte, onde está tua vitória?



          A comunidade dos Arautos do Evangelho em Vitória, os Cooperadores e amigos tiveram nos recentes dias da Semana Santa a grata oportunidade de vivenciar em várias celebrações os fatos culminantes da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus.
          Vários desses atos foram celebrados no local onde será brevemente erguida a tão esperada igreja a cargo dos Arautos. Por ora, tendo por teto o céu e as estrelas, as várias cerimônias não deixaram de ser ocasião de numerosas e assinaladas graças para os que delas participaram.
          São momentos em que percebemos como Jesus tudo deu por nós, para nos redimir e propiciar as graças para nossa salvação em meio às dificuldades da vida, em especial dos esforços para mantermo-nos fieis num mundo cada vez mais afastado daquilo para que foi criado: nesta terra amar a Deus e ao próximo a fim de chegar à eterna bem-aventurança.
           Seguem algumas fotos.




9 de abril de 2018

"Mãe do Messias, serás Tu!"



              Comentários de Plinio Corrêa de Oliveira.
              Aquela que deseja ser a escrava da Mãe do Salvador fora escolhida para ser a Mãe do próprio Deus. Para assistir o vídeo basta acessar o link:

http://www.arquivocheznous.org/wl/?id=9FYoqwE8eAbUi4yWSGgucuIGwIhn60Ya

7 de abril de 2018

Como confessar-se bem? Vídeo



Assista o video: AQUI
          Instituindo o Sacramento da Reconciliação, Jesus Cristo manifestou claramente o modo como quer perdoar os pecados dos homens. Quais são as condições para nos beneficiarmos de sua incomensurável misericórdia?

Pe. Carlos Adriano Santos dos Reis, EP
          Era uma quinta-feira ensolarada e úmida na capital paulistana, perto do fim do ano. A Catedral da Sé abriu suas portas para os fiéis já cedo, como de costume. Às nove horas começavam alguns padres a caminhar pelos corredores laterais do grande edifício em direção aos confessionários, diante dos quais vários fiéis aguardavam a chegada do sacerdote.
          - Para que essas filas dentro da Igreja? - perguntou a um deles um curioso observador.
          - Estamos esperando para nos confessarmos.
          - Como assim?
          - Essa fila é para a Confissão, para que o padre nos atenda. Você é católico?
        - Sim... Faz tempo que ouvi falar disso. Somente na minha Primeira Comunhão. Como é mesmo?
          - A Confissão é para Deus perdoar nossos pecados. Ajoelhamos ali no confessionário, junto ao padre, e ele perdoa em nome de Deus.
           - Ah! E... Deus perdoa mesmo?
           - Sim, claro, desde que haja arrependimento.
           - Já fiz tanta coisa errada na vida...
sacerdote arauto atende confissoes..jpg
Deus poderia perdoar os pecados de
outra maneira, mas expressou
claramente sua vontade de
fazê-lo através de um sacerdote
        Seguiu-se um silêncio prolongado, enquanto o visitante ia mudando de expressão e se abstraia das coisas em torno de si. Entrara na Catedral movido por mera curiosidade e sentia-se agora convidado a mudar  de vida. Há tanto tempo não se confessava, e já nem sabia como fazer. Trinta, quarenta anos?
- Eu também posso entrar na fila?
        Qualquer um perceberia o drama interno desse desconhecido, a quem Deus chamava à conversão.
- Sim, entre aqui na minha frente.
        Um passo decisivo fora dado na vida daquele homem rumo à salvação de sua alma. Colocou-se junto ao demais, à espera de sua vez, mas não conseguia mais falar, pois as lágrimas corriam às torrentes pelo seu rosto.

"Terei Eu prazer com a morte do ímpio?"
          Casos como este não são raros em nossos dias. Quantos e quantos homens fizeram bem sua Primeira Comunhão, mas depois, infelizmente, levados pelas preocupações da vida, deixaram-se arrastar pelas atrações do mundo e esqueceram-se por completo de seus deveres para com Deus!
          Continuam sendo católicos, sim, mas católicos cuja fé tornou-se como uma brasa abafada debaixo da espessa camada de cinzas dos pecados. E mal guardam na memória alguns resquícios de suas primeiras lições de Catecismo, aprendidas na infância. Deus, entretanto, não os esquece. Em certo momento Jesus Cristo bate paternalmente à porta de suas almas com um carinhoso convite para fazerem uma boa Confissão.
          Que coisa terrível seria uma pessoa, por causa dos seus graves pecados, ser condenada às masmorras eternas, onde os réprobos são castigados com o afastamento de Deus, para o qual foram criados, e sofrem terríveis tormentos, sem um só instante de alívio!
          Ele, porém, sumamente misericordioso, não deseja para o pecador esse destino: "Terei Eu prazer com a morte do ímpio? - diz o Senhor. - Não desejo, antes, que ele se converta e viva?" (Ez 18, 23). Deus quer nos perdoar, e para isso estabelece esta condição: a confissão de nossos pecados a um de seus ministros.

Deus perdoa através do sacerdote
          A Confissão é um dos mais palpáveis sinais da bondade de Deus. Gravemente ofendido por aquele que peca mortalmente, Ele tem poder para fulminar com uma sentença de eterna condenação o pecador, e ao fazê-lo, praticaria apenas um ato de justiça. Deixou-nos, entretanto, este Sacramento por meio do qual perdoa ao penitente todos os pecados, por mais graves e numerosos que sejam.
          É bastante conhecido o episódio da primeira aparição do Divino Mestre a seus discípulos, após a Ressurreição. Com medo de serem, também eles, perseguidos e condenados, estavam reunidos numa sala com as portas fechadas, quando de repente apareceu-lhes Jesus. Soprando sobre eles, disse nosso Redentor: "Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos" (Jo 20, 22-23). Estava instituído o Sacramento da Confissão!
          Assim, desde os primórdios da Igreja os fiéis procuraram os Apóstolos para confessar-lhes suas faltas, e receber deles a absolvição. Esse poder de perdoar, dado por Cristo à sua Igreja, é conferido aos presbíteros através do Sacramento da Ordem. E é assim que foi passando de geração em geração através dos séculos até os nossos dias.

Requisitos para uma boa Confissão
          Claro está que Deus poderia perdoar os pecados de outra maneira, mas expressou claramente sua vontade de fazê-lo através de um sacerdote no Sacramento da Reconciliação: "Em verdade vos digo: tudo o que ligardes sobre a Terra serásacerdote arauto atende_ confissoes..jpg ligado no Céu, e tudo o que desligardes sobre a Terra será também desligado no Céu" (Mt 18, 18), disse Jesus aos Apóstolos. Como nos beneficiarmos desse Sacramento?
        Deus sumamente misericordioso é também justo. Ele quer que, para utilizarmos bem esse maravilhoso recurso, nos submetamos a algumas condições sem as quais a Confissão não só de nada nos serviria, mas se tornaria nociva para a alma.
        Quais são esses requisitos? Sintetizando, a Igreja nos ensina que cinco coisas são imprescindíveis para uma boa Confissão: fazer um bom exame de consciência, ter dor dos pecados, fazer o propósito de não mais cometê-los, confessá-los e cumprir a penitência imposta pelo confessor. Mas em que consiste precisamente cada uma dessas exigências?

O exame de consciência
          Antes de tudo, deve-se fazer um exame de consciência. O fiel desejoso de obter o perdão de suas faltas, precisa antes auscultar sua alma, para saber quais pecados ainda não foram confessados. Não é necessário trazer à memória os pecados de toda a vida, mas apenas os cometidos desde a última Confissão bem feita.1
         Um fato narrado nas Sagradas Escrituras bem demonstra a importância do exame de consciência. O Rei Davi cometera dois pecados: adultério e homicídio. Enviado por Deus, o profeta Natã supriu por meio de uma severa advertência a falta do exame de consciência da parte do rei. E só assim este caiu em si e foi capaz de se arrepender e pedir perdão (cf. II Sm 12, 1-13).
          Nesse episódio do Antigo Testamento, podemos verificar outro bom motivo para o exame de consciência: auxilia-nos a ter dor de nossos pecados, isto é, nos ajuda a arrepender-nos. Se nos detivermos em conhecer seriamente cada uma das ofensas feitas a Deus, dispomo-nos a sentir por elas verdadeira tristeza e, assim, a obter o perdão.
        O exame de consciência precisa ser feito com cuidado, sem precipitação. É importante rememorar os pecados cometidos por pensamentos, palavras, atos e omissões, percorrendo, para esse fim, os Mandamentos da Lei de Deus e da Igreja, a lista dos pecados capitais e as obrigações de nosso próprio estado. O exame deve abranger também os maus costumes
a serem corrigidos, e as ocasiões de pecado a serem evitadas.
         Mas a Igreja, como boa mãe, nos recomenda também evitar de nos deixarmos levar pela exagerada preocupação de ter esquecido alguma falta ou circunstância. Certa vez, Santa Margarida Alacoque, inquieta e perturbada, estava fazendo com excessivo cuidado seu exame de consciência para a Confissão. Apareceu-lhe então o próprio Nosso Senhor e a tranquilizou: "Por que te atormentares? Faze o que podes. Eu amo os corações contritos que se acusam sinceramente dos pecados que conheçam, com a vontade de não mais desagradar-Me".
          Qualquer pessoa, seja por deficiência de memória, seja por relaxamento, pode sentir dificuldade em rememorar os pecados ainda não confessados. Sem a ajuda de Deus, ninguém consegue fazer nada bem. Por isso, é muito adequado começar o exame de consciência com uma oração, pedindo-Lhe, através de Nossa Senhora ou de nosso Anjo da Guarda, que ilumine nossa mente para reconhecermos todas as nossas faltas e nos dê força para detestá-las.
          Quantas vezes pequei? Eis uma importante pergunta a ser feita. Um soldado recebeu em combate três graves ferimentos. Levado ao hospital, mostrou ao médico só duas de suas feridas; ocultou a terceira, movido por um tolo sentimento de vergonha. De nada adiantou o médico ter curado as duas lesões que conhecia, pois o soldado morreu em decorrência do agravamento da terceira.
          Ora, a Confissão também é um ato de cura. Se quisermos reatar  nossa amizade com Deus, e termos a alma curada das chagas de nossos pecados, devemos pedir perdão de todos e cada um deles. Por isso, em se tratando de pecados mortais - faltas em matéria grave, com pleno conhecimento e pleno consentimento da vontade -, deve-se investigar tudo; inclusive, na medida das possibilidades, quantas vezes foi praticado determinado ato pecaminoso, e em que circunstâncias. É relevante relatar na Confissão as situações que agravam o pecado. Por exemplo, roubar de um pobre é mais grave que de um rico. Tratar mal os pais, a quem devemos a vida, é mais grave do que fazer o mesmo a um colega da escola. As circunstâncias agravantes devem ser apontadas porque o sacerdote, para perdoar, precisa conhecer com clareza os pecados. Da mesma forma como um médico, ao atender um paciente, precisa primeiro avaliar bem o quadro da doença, a fim de poder aplicar-lhe o remédio mais adequado. Se omitirmos essas informações por malícia, a Confissão será mal feita, portanto, nenhum pecado será perdoado.

Ter dor dos pecados
          O mais importante para o penitente obter o perdão de Deus é o arrependimento, ou seja, ter um desgosto pela falta cometida e uma vontade firme de não mais recair nela. Naturalmente, não há necessidade de derramar lágrimas pela dor dos pecados, mas é preciso no íntimo do coração se lamentar de ter ofendido a Deus, mais do que se nos tivesse ocorrido qualquer outra desgraça.
          Sem arrependimento, a Confissão não tem nenhum valor. Não é possível obter o perdão de Deus sem odiar a falta A cura da hemorroísa - Catedral de Salamanca (Espanha.jpgcometida, sem a disposição de jamais repeti-la. Essa postura de alma deve estender-se a todos os pecados mortais, sem exceção. E para obter o perdão de nossas faltas na Confissão, basta um arrependimento por medo dos castigos acarretados pelo pecado - a atrição -, embora o melhor seja que nos arrependamos por termos ofendido a Deus - a contrição.
         O arrependimento também abrange a confiança na misericórdia divina pois, a dor dos pecados sem essa virtude poderia dar em desespero.

O firme propósito
          Havendo, de fato, arrependimento pelos pecados cometidos, se produzirá na alma o propósito, a firme vontade, resolutamente determinada, de nunca mais repeti-los e de fugir das ocasiões próximas, de evitar tudo o que induz ao mal: pode ser uma pessoa, um objeto, um lugar ou mesmo uma circunstância que me põe em perigo de ofender a Deus.

Devo humildemente me acusar?
         Conta-se que, certo dia, estava Santo Antonino de Florença numa igreja e percebeu um demônio bem próximo da fila da Confissão. Desgostado, o Arcebispo dirigiu-se ao anjo mau e lhe perguntou:
          - O que estás fazendo aqui?
          - Ora, pratico uma boa ação.
          - Mas será isso possível?!
         - Sim, vim fazer uma devolução. Normalmente os cristãos têm vergonha do pecado. Por isso, antes de caírem eu procuro tirar-lhes a vergonha. Agora que vieram para se confessar, devolvo-a, para que diante do confessor eles omitam as suas faltas.
          Uma Confissão mal feita pode levar uma alma a condenar-se, e é isso que o demônio quer. Por vezes, pode acontecer de sermos tentados a calar os nossos pecados ao confessor, ou a não contá-los direito. Para que isso não aconteça, é interessante recordar também como deve ser a acusação dos pecados no Sacramento da Confissão.
         Primeiramente é preciso, seguindo o mesmo princípio do exame de consciência, contar ao padre todos os pecados mortais cometidos após a última Confissão bem feita. Se alguém oculta um só pecado grave propositalmente na Confissão, além de não receber o perdão de nenhum, acaba cometendo outro, por estar ofendendo algo sagrado instituído pelo próprio Cristo. Ou seja, é ao próprio Jesus que se está mentindo.
         A Confissão deve ser sincera. O penitente deve acusar ao sacerdote os seus pecados com objetividade, evitando desnecessárias delongas, que podem até prejudicar a clareza da matéria. A falta de sinceridade quanto à maneira de acusar os pecados é outra tentação do demônio contra a qual é imprescindível precaver-se. E também as desculpas podem ser ocasião de tentação: justificar os pecados, criando atenuantes, não se reconhecendo inteiramente culpado de suas próprias faltas ou colocando a culpa nos outros.

Por fim, devo cumprir a penitência
          No fim da Confissão, o sacerdote impõe a penitência também chamada de satisfação. Em geral é uma oração ou uma obra boa, que o confessor ordena ao penitente como expiação de seus pecados.
Pelo nosso senso de justiça, sabemos que a toda ofensa deve corresponder uma reparação proporcional. O mesmo princípio se aplica a Deus: quando ofendido, Ele também merece uma reparação. Se a ofensa contra Deus é grave, o pecador merece o inferno, pois a punição reparadora deve ser proporcional ao ofendido: neste caso, eterna. Mas a Confissão sacramental, além de perdoar a culpa do penitente, apaga a pena eterna, que é comutada numa pena temporal. Por isso, quando alguém se confessa, seus pecados estão completamente perdoados, mas sua dívida com Deus ainda não foi inteiramente paga. Por isso o sacerdote impõe a penitência após a Confissão: ela tem o objetivo de reparar o mal cometido contra Deus. Entretanto, pode ocorrer de ser perdoada a pena temporal inclusive na própria Confissão; quando o penitente tem uma extraordinária dor por seus pecados.
A Confissão por Giuseppe Molteni - Fundação Cariplo - Milão (Itália).jpg
A Confissão deve ser sincera. O penitente
deve acusar ao sacerdote os seus
pecados com objetividade,
evitando desnecessárias
delongas
          Claro está que o próprio Jesus, com seus sofrimentos e sua morte na Cruz, satisfez a divina justiça quanto aos nossos pecados, pagando já a nossa dívida em relação a Deus. Por isso na Confissão é perdoada a nossa culpa e a punição eterna. Mas Deus exige, com todo direito, que também nós, quando possível, façamos algo como satisfação dos nossos pecados. E essa pequena satisfação também é exigida para a compreensão da gravidade de nossas faltas, para que nos sirva de remédio aos pecados e nos preserve de recaídas.

Deus perdoa os que se confessam bem
         Tudo na vida deve ser levado a sério e mais ainda as coisas relacionadas com Deus. Por isso, devemos praticar com muita fidelidade os ensinamentos da Igreja acerca do Sacramento da Confissão, sempre confiantes de que, através dele, são perdoados todos os nossos pecados, somos auxiliados a não recair neles e nos é restituída a paz de consciência. 
         Certa vez, apresentou-se a Santo Antônio de Pádua um grande pecador para confessar-se. O coitado estava tão confuso que mal conseguia falar. Chorava e soluçava com tanta veemência que não conseguia exprimir ao Santo nenhuma de suas faltas. Para ajudá-lo o confessor sugeriu-lhe docemente que fizesse um exame de consciência escrito:
         - Vai, escreve os teus pecados e, depois, volta para confessá-los.
         O penitente seguiu o conselho. Depois, leu no confessionário as suas faltas, tal como as havia escrito. Assim que terminou a Confissão, grande milagre! O papel onde o pecador havia escrito cuidadosamente suas ofensas a Deus ficou completamente em branco, pois tudo o que havia sido escrito desaparecera!
        Este prodígio muito nos consola e anima para nos aproximarmos com retidão e confiança do Sacramento da Penitência, que é capaz de destruir em nós o pior mal que existe, o pecado. Nosso Senhor instituiu este Sacramento para todos os membros pecadores da sua Igreja, dando-lhes uma nova possibilidade de se encontrarem com Deus e de restaurarem a amizade com Ele. ² 
        1 Somente a Confissão bem feita perdoa de fato os pecados. Se alguém, por malícia ou vergonha, deixasse de acusar-se de um ou mais pecados, sua Confissão seria inválida. (Revista Arautos do Evangelho, n.149, Maio/2014, p. 33 à 37)

Assista o video:  

Paz de consciência. Quem não quer? – Vídeo



          Passou a Semana Santa. Se você não fez a confissão pela Páscoa, ainda é tempo. É uma boa ocasião para voltar a ter paz de consciência por meio de uma boa confissão.
          Lembremo-nos que Jesus sofreu toda a Paixão e Morte para nos redimir. Ele, o Inocente, quis sofrer tudo quanto sofreu para que fôssemos salvos, e, enquanto vivos, fôssemos perdoados toda vez que caíssemos. Para voltarmos à amizade com Deus, Ele só pede que nos arrependamos sinceramente e recebamos a absolvição do sacerdote: “Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados”. (Jo 20, 23)
          Para ajudá-lo a se preparar para essa confissão que lhe trará a paz assista o vídeo a seguir.

Acesse:
https://drive.google.com/open?id=1lvh9H6XOYiXCnkf-h63AJMwQaLFss215


6 de abril de 2018

Celebrando a Semana Santa



         Nesta última semana da Quaresma, os Arautos do Evangelho de Fortaleza celebraram dia-a-dia os maiores mistérios operados por Jesus Cristo para nossa redenção. Os Cooperadores locais tomaram parte ativa na celebração.

QUINTA-FEIRA SANTA


         A Missa de Quinta-Feira Santa, uma das mais solenes do ano litúrgico, foi celebrada pelos sacerdotes arautos Pe. David Francisco e Padre Antônio Hernando. Nesta solenidade se manifesta de forma sensível a majestade da Ceia do Senhor, onde também se comemora a instituição do ministério  sacerdotal. 
        Uma vez que não se celebra Missa na Sexta-Feira Santa, ao fim da cerimônia o Santíssimo Sacramento foi solenemente transladado para a Capela onde se encontrava o Monumento. Ali, todos puderam fazer vigílias junto a Nosso Senhor Sacramentado, com vistas a consolá-Lo durante a sua Agonia no Horto das Oliveiras.
         Após a Missa foram retirados os castiçais, bem como as toalhas do altar. É a desnudação do altar, a qual simboliza a desnudação de Cristo antes de sua crucifixão.
SEXTA-FEIRA SANTA


        A Solenidade da Sexta-feira Santa iniciou-se às três horas da tarde com a Liturgia da Palavra. Recordou-se a Paixão e morte do Salvador. É, para a Igreja, um dia especialíssimo, portanto, de grande silêncio, oração e penitência. Não houve ofertório e nem consagração, mas realizou-se a comunhão eucarística. Logo após houve a solene adoração da Santa Cruz, outrora banhada pelo  Sangue de Cristo. .
        Ainda durante a cerimônia da Paixão de Nosso Senhor, foi apresentada aos fieis uma relíquia do Santo Lenho, um fragmento da verdadeira Cruz, que a veneraram osculando-a individualmente.

SÁBADO SANTO – A VIGÍLIA PASCAL



        Com todas as luzes apagadas, a cerimônia do sábado teve seu início do lado de fora quando um dos sacerdotes  abençoou o fogo novo, representativo da Ressurreição de Nosso Senhor e acendeu-se o Círio Pascal, onde foi levado em procissão para ser introduzido solenemente junto ao altar.
         Os fieis com a vela acesa na mão renovaram sua fé, proclamando Jesus Cristo como sendo a  Luz do mundo que ressurgiu das trevas para iluminar nosso caminho.


           A Celebração Eucarística foi realizada em caráter de extremo júbilo e magnificência, em forte contraste com a dor intensa da sexta-feira santa. O altar e os sacerdotes paramentados em grande gala se uniram ao repicar dos sinos. O aleluia que não era ouvido desde o início da quaresma, volta a ser entoado após as leituras. Essa é na realidade a missa da madrugada da Páscoa. É por assim dizer, a aurora da ressurreição.

5 de abril de 2018

3 de abril de 2018

Igreja dos Arautos na Colômbia


 
       
Próximo a Bogotá, Colômbia, em Tocancipá, está localizada uma das mais belas igrejas da Associação Internacional de Direito Pontifício Arautos do Evangelho, a Basílica de la Virgen de Fátima.
              Fé, paz e harmonia. Eis o que buscam milhares de fiéis, todos os domingos, inebriados pela arte gótica policromada e emergidos nos meditativos cânticos polifônicos desta Basílica em Tocancipá, na Colômbia.     
              Para conhecimento de nossos amigos e simpatizantes seguem algumas fotos:

 







1 de abril de 2018

Dr. Plinio comenta a Páscoa



            A Páscoa da Ressurreição! O triunfo de Nosso Senhor sobre o império do demônio e da    morte! Acompanhe os pensamentos de Plínio Corrêa de Oliveira nesta máxima solenidade.

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