31 de dezembro de 2019

Maria, modelo das mães-vídeo


(Festa no primeiro dia do Ano)

 Nossa Senhora, verdadeiro Modelo de Mãe, por Plinio Côrrea de Oliveira

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24 de dezembro de 2019

Vinde, ó Menino Jesus!



               O maravilhoso milagre que vamos narrar ocorreu por ocasião do Natal de 1956, na Hungria já subjugada pela Rússia comunista. O prodígio, inteiramente verídico e largamente conhecido, chegou ao Ocidente através do relato do Pe. Norberto que exercia o sacerdócio numa paróquia de Budapeste, antes de escapar para o Ocidente, fugindo da perseguição que os marxistas moviam aos católicos em seu país.
               Na escola dessa paróquia, ensinava a professora Gertrudes, atéia militante. Todas as suas lições giravam em torno da impiedade e da negação de Deus. Tudo lhe servia para denegrir e ridicularizar a Igreja Católica. O seu programa de ensino era simples: arrancar a Fé da alma das crianças e formar legiões de pequeninos “sem Deus”.
               Suas alunas mesmo intimidadas, não se deixavam convencer com as troças da mestra.          Coisa curiosa: Gertrudes parecia adivinhar quais as que comungavam e era as que mais perseguia.
               Um dia, uma menina de dez anos, chamada Ângela, procurou o Pe. Norberto e pediu-lhe licença para comungar diariamente. Muito inteligente, muito bem dotada, era a melhor aluna da classe e da escola. O sacerdote mostrou os riscos a que se expunha, mas ela insistiu: “Senhor padre, a mestra não conseguirá apanhar-me em falta, asseguro-lhe, e trabalharei melhor. Não me recuse o que lhe peço. Nos dias em que comungo sinto-me mais forte. O senhor padre disse-me que devo dar bons exemplos. Para os dar preciso sentir-me forte.” O padre acedeu.
            Desde esse dia, Ângela viveu um verdadeiro inferno. Apesar de saber sempre as lições, a mestra implicava continuamente com ela. A criança resistia, mas ficava nitidamente abatida. A partir de novembro, as aulas passaram a ser autênticos duelos entre a professora e a pequena discípula. Aparentemente, a mestra triunfava e dizia sempre a última palavra. Todavia, a sua irritação era tão grande que até o silêncio de Ângela a punha fora de si. Aterradas, as outras crianças pediam socorro ao padre Norberto, que nada podia fazer. “Graças a Deus - lembrava ele - Ângela continuava firme na sua Fé e a nós restava rezar com absoluta confiança na misericórdia divina”.
            Pouco antes do dia de Natal, a 17 de dezembro, a professora inventou um estratagema cruel que devia, na sua opinião, dar um golpe mortal naquilo que ela designava por “superstições ancestrais” das alunas. E preparou a cena com sádico entusiasmo. Naturalmente, a pobre Ângela foi a vítima ...
            Com voz doce, a professora fez um longo interrogatório para que ela e a classe se certificassem de que pessoas vivas atendem quando são chamadas. As mortas, ou as que só existem nas histórias, não podem obviamente aparecer.
            Mandou então Ângela sair da sala de aula e ficar do lado de fora. Ato contínuo, fez as alunas chamarem-na em coro. Ângela entrou muito intrigada, pressentindo uma cilada. “Afinal - sentenciou a mestra - estamos todos de acordo. Quando chamamos aqueles que vivem, que existem, eles vêm. Quando chamamos os que não existem, eles não podem vir ... Ângela, que está aqui, viva, em carne e osso, ouviu-nos chamando-a e veio. Suponhamos que chamássemos o Menino Jesus. Parece que há entre vós quem acredite nEle...” - acrescentou maliciosamente. Houve um instante de silêncio, de medo, talvez, mas as meninas, embora timidamente responderam: “Acreditamos”.
            “E tu Ângela, também crês que o Menino Jesus te ouve quando o chamas?” - perguntou-lhe a perversa Gertrudes. Apesar de ver ali a cilada que havia pressentido, a criança respondeu com ardente fervor: “Sim, creio que Ele me ouve!”
            “Muito bem”, replicou a mestra. “Façamos a experiência: as meninas viram que Ângela, quando a chamávamos, veio imediatamente. Se o Menino Jesus existe, Ele vos ouvirá chamando-O. Gritem todas ao mesmo tempo e com força: Vem Menino Jesus! Vá! Um, dois, três! Chamem!”
            Intimidadas, as crianças permaneceram caladas. Os argumentos da mestra tinham-nas impressionado. Gertrudes soltou uma gargalhada prolongada, diabólica ...
            De repente, deu-se o imprevisto. Levantando-se, no meio da classe, cheia de esperança e confiança, Ângela olhou em volta para todas as suas colegas e gritou: “Ouçam-me, vamos chamá-Lo! Gritemos todas: vem, Menino Jesus!”
            Num instante, todas se puseram de pé e fizeram ouvir suas vozes num uníssono vibrante. A professora não esperava esta súbita reação. Um impulso sobrenatural se manifestava naquela que se revelava a mais ardorosa e esperava o milagre.

             Quando o clamor das alunas estava no auge, a porta abriu-se sem ruído, entrando por ela uma claridade intensíssima, que crescia, crescia, como a chama de um enorme fogo. No meio deste clarão, um globo cheio de luz abriu-se mostrando um Menino lindíssimo e risonho, todo vestido de luz. O Menino sorria, não falava, e todas as alunas sorriam também, tranqüilas e contentes. Depois o globo fechou-se devagar e desapareceu suavemente. A porta fechou-se sem que ninguém a tocasse.
             As crianças olhavam ainda para lá quando um grito agudo se fez ouvir. Aterrada, olhos esgazeados, braços esticados, a professora gritava com louca: “Ele veio! Ele apareceu!” E fugiu completamente desnorteada, batendo com a porta.
             O padre Norberto disse que interrogou as crianças uma por uma. E atestou, sob juramento, que não encontrou nas suas palavras a menor contradição.
             Quanto à professora Gertrudes, teve o fim que merecia: enlouquecida, teve de ser internada numa casa de saúde. E ali, sob o impacto de tremendo abalo que sofreu, não cessava de repetir: “Ele veio! Ele Veio!”

22 de dezembro de 2019

Fatos prodigiosos do dia de Natal


São Boaventura, frade franciscano que viveu no século XIII, recebeu o título de Doutor Seráfico devido à elevação e clareza de sua doutrina. É de sua autoria o Sermão XXI ‑ No nascimento do Senhor ‑ Pronunciado na igreja de Santa Maria de Porciúncula, o qual se baseia, segundo atesta o próprio Santo, em diversas descrições antigas.
Apresentamos abaixo uma tradução de parte do texto original latino. 
“São estes, segundo diversas descrições, os milagres manifestados ao povo pecador no dia da natividade de Cristo:

‑ Uma estrela brilhantíssima apareceu no céu, do lado do Oriente, e nela se via a figura de um belíssimo menino em cuja cabeça refulgia uma cruz, para manifestar que nascia Aquele que vinha iluminar o mundo com sua doutrina, sua vida e sua morte.

 ‑ Em Roma, ao meio‑dia apareceu sobre o Capitólio, junto ao sol, um círculo dourado ‑ visto pelo imperador e pela Sibila ‑ tendo ao centro uma Virgem belíssima, portando um menino, a fim de manifestar que Aquele que nascia era o rei do mundo, que se dava a conhecer como o “resplendor da glória do Pai e a figura da sua própria substância” (Hebr. 1,3). Vendo este sinal, o prudente imperador ofereceu incenso ao menino, e recusou desde então ser chamado deus.

         ‑ Em Roma desmoronou o templo da Paz, a respeito do qual, ao ser construído, os demônios se perguntavam quanto tempo duraria; tendo‑lhes sido respondido: até o momento em que uma Virgem dê a luz. Este foi um sinal de que nascia Aquele que haveria de destruir os edifícios e as obras da vaidade.

          ‑ Uma fonte de azeite de oliveira irrompeu em Roma e fluiu abundantemente, por muito tempo, até o rio Tibre, para ficar patente haver nascido a fonte da piedade e da misericórdia. 
 ‑ Na noite da Natividade, as vinhas da Engadda, que produzem bálsamo, floresceram, cobriram‑se de folhas e produziram licor, para significar que nascia Aquele que faria o mundo florescer, reverdecer e frutificar espiritualmente, e atrair com seus odores o mundo inteiro. 

         ‑ No momento em que a Virgem deu a luz, todos os ídolos do Egito se espatifaram, segundo o sinal que Jeremias dera aos egípcios quando esteve entre eles, para que se entendesse que nascia Aquele que era verdadeiro Deus, único a ser adorado como o Pai e o Espírito Santo.
  
        ‑ Logo que o Menino nasceu e foi reclinado no presépio, um boi e um asno ajoelharam‑se e, como se fossem dotados de razão, O adoraram, para que se compreendesse que nascia Aquele que a seu culto chamava o povo judeu e os gentios. 
 ‑ Todo o mundo gozou da paz e se colocou em ordem, para que ficasse manifesto que nascia Aquele que amaria e promoveria a paz universal e marcaria os seus eleitos para a eternidade. 
 ‑ No Oriente três sóis apareceram, e aos poucos se transformaram em um só corpo solar, pelo que se mostrava que se aproximava do mundo o conhecimento da unidade e trindade de Deus, e também que a Divindade, a Alma e a Carne em uma só Pessoa convergiram.
            Por tudo isso, nossa alma deve bendizer a Deus e venerá‑Lo, porque nos libertou e sua Majestade, com tão grandes milagres, se manifestou a nós, povo pecador”.

19 de dezembro de 2019

Nossa Senhora de Guadalupe


Festa dia 12 de dezembro
          Num sábado de mil e quinhentos e trinta e um, perto do mês de dezembro, um índio de nome Juan Diego, mal raiava a madrugada, ia do seu povoado a Tlatelolco, para participar do culto divino e escutar os mandamentos de Deus. Já amanhecia, quando chegou ao cerrito chamado Tepeyac e escutou que do alto o chamavam:
          - Juanito! Juan Dieguito!
          Subiu até o cimo e viu uma senhora de sobre-humana grandeza, cujo vestido brilhava como o sol, e que, com voz muito branda e suave, lhe disse:
           - Juanito, menor dos meus filhos, fica sabendo que sou Maria sempre Virgem, Mãe do verdadeiro Deus, por quem vivemos. Desejo muito que se erga aqui um templo para mim, onde mostrarei e prodigalizarei todo o meu amor, compaixão, auxílio e proteção a todos os moradores desta terra e também a outros devotos que me invoquem confiantes. Vai ao Bispo do México e manifesta-lhe o que tanto desejo. Vai e põe nisto todo o teu empenho.
            Chegando Juan Diego à presença do Bispo Dom Frei Juan de Zumárraga, frade de São Francisco, este pareceu não dar crédito e respondeu:

    - Vem outro dia, e te ouvirei com mais calma.
            Juan Diego voltou ao cimo do cerro, onde a Senhora do céu o esperava, e lhe disse:
            - Senhora, menorzinha de minhas filhas, minha menina, expus a tua mensagem ao Bispo, mas parece que não acreditou. Assim, rogo-te que encarregues alguém mais importante de levar tua mensagem com mais crédito, porque não passo de um joão-ninguém. Ela respondeu-lhe:
             - Menor dos meus filhos, rogo-te encarecidamente que tornes a procurar o Bispo Amanhã dizendo-lhe que eu própria, Maria sempre Virgem, Mãe de Deus, é que te envio.
             Porém no dia seguinte, domingo, o Bispo de novo não lhe deu crédito e disse ser Indispensável algum sinal para poder-se acreditar que era Nossa Senhora mesma que o enviara. E o despediu sem mais aquela.
             Segunda-feira, Juan Diego não voltou. Seu tio Juan Bernardino adoecera gravemente e à noite pediu-lhe que fosse a Tlatelolco de madrugada, para chamar um sacerdote que o ouvisse em confissão. Juan Diego saiu na terça-feira, contornando o cerro e passando pelo outro lado, em direção ao Oriente, para chegar logo à Cidade do México, a fim de que Nossa Senhora não o detivesse. Porém ela veio a seu encontro e lhe disse:
             - Ouve e entende bem uma coisa, tu que és o menorzinho dos meus filhos: o que agora te assusta e aflige não é nada. Não se perturbe o teu coração nem te inquiete coisa alguma. Não estou aqui, eu, tua mãe? Não estás sob a minha sombra? Não estás porventura sob a minha proteção? Não te aflija a doença do teu tio. Fica sabendo que ele já sarou. Sobe agora, meu filho, ao cimo do cerro, onde acharás um punhado de flores que deves colher e trazer-mo.
              Quando Juan Diego chegou ao cimo, ficou assombrado com a quantidade de belas rosas de Castela que ali haviam brotado em pleno inverno; envolvendo-as em sua manta, levou-as para Nossa Senhora. Ela lhe disse:
               - Meu filho, eis a prova, o sinal que apresentarás ao Bispo, para que nele veja a minha vontade. Tu é o meu embaixador, digno de toda a confiança.
               Juan Diego pôs-se a caminho, agora contente e confiante em sair-se bem de sua missão. Ao chegar à presença do Bispo, lhe disse:
               - Senhor, fiz o que me ordenaste. Nossa senhora consentiu em atender o teu pedido. Despachou-me ao cimo do cerro, para colher ali várias rosas de Castela, trazê-las a ti, entregando-as pessoalmente. Assim o faço, para que reconheças o sinal que pediste e assim cumpras a sua vontade. Ei-las aqui: recebe-as.

   Desdobrou em seguida a sua branca manta. À medida em que as várias rosas de Castela espalhavam-se pelo chão desenhava-se no pano e aparecia de repente a preciosa imagem de Maria sempre Virgem, Mãe de Deus, como até hoje se conserva no seu templo de Tepeyac.
                A cidade inteira, em tumulto, vinha ver e admirar a sua santa imagem e dirigir-lhe suas preces.
                Obedecendo à ordem que a própria Nossa Senhora dera ao tio Juan Bernardino, quando devolveu-lhe a saúde, ficou sendo chamada como ela queria: “Santa Maria sempre Virgem de Guadalupe”.
 (“Nican Mopohua”, 12ª edición, Buena Prensa, México, D.F., 1971, p. 3-19.21)

3 de dezembro de 2019

Vídeo-A conquista do Oriente para Cristo:São Francisco Xavier


              Em  maio de 1542 São Francisco Xavier aportava na remota e lendária Índia, depois de conturbada viagem de treze meses, o filho dileto de Santo Inácio de Loyola. As portas da Ásia abriam-se diante desse sacerdote de apenas 35 anos de idade.
              Seu primeiro campo de ação foi a cidade de Goa, principal colônia portuguesa no Oriente, onde os europeus esquecidos de sua missão civilizadora, dedicavam-se a um lucrativo comércio e se deixavam arrastar pela sensualidade e pelos vícios do mundo pagão.
              Toda a costa sul da península indiana foi percorrida por ele. E a partir de então, sua vida tornou-se um ininterrupto peregrinar por terras, mares e ilhas longínquas, alargando sem cessar as fronteiras do Reino de Jesus. Em carta de janeiro de 1544, disse ele a seus irmãos de vocação: "Tanta é a multidão dos que se convertem à fé de Cristo nesta terra por onde ando, que muitas vezes me acontece ter os braços cansados de tanto batizar (...). Há dias em que batizo todo um povoado".
            Depois de passar alguns meses nessa cidade, rumou Francisco para terras ainda mais distantes. Em poucas semanas, fizeram-se sentir naquela cidade o benéfico efeito da ação de presença, das pregações e do ativo zelo do novo missionário: "Tantos eram os que vinham se confessar que, se eu fosse dividido em dez partes, todas elas precisariam atender confissões" - escreveu ele em setembro de 1542 aos jesuítas de Roma.
              Deus o chamou para Si antes de realizar seu grande sonho: a conquista da China para Cristo.

Assista a história da vida e milagres deste grande santo
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27 de novembro de 2019

Nossa Senhora das Graças e a medalha milagrosa


            Dia 27 é festa da Medalha Milagrosa, a mais famosa medalha da Santíssima Virgem, conhecida em todo o mundo pelas graças incontáveis por meio dela conseguidas.           
           Fruto de várias aparições à freira francesa Santa Catarina Labouré, a medalha foi esculpida a  pedido da excelsa Mãe de Deus, originariamente em Paris, e daí, difundiu-se pelos quatro continentes.

           Eis, como a privilegiada vidente descreve seu encontro com Nossa Senhora:
           Às onze e meia da noite, ouvi alguém me chamar:
           - Irmã Labouré! Irmã Labouré!
          Acordando, abri a cortina e vi um menino de quatro a cinco anos, vestido de branco, que me disse:

           - Levantai-vos depressa e vinde à Capela! A Santíssima Virgem vos espera.
          Logo me veio o pensamento de que as outras irmãs iam me ouvir. Mas, o menino me disse:
           - Ficai tranqüila, são onze e meia; todas estão profundamente adormecidas. Vinde, eu vos espero.


          Vesti-me depressa e me dirigi para o lado do menino, que permanecera de pé sem se afastar da cabeceira de meu leito. Eu o segui. Sempre à minha esquerda, ele lançava raios de claridade por todos os lugares onde passávamos, nos quais os candeeiros estavam acesos, o que muito me espantava. Porém, muito mais surpresa fiquei ao entrar na capela: logo que o menino tocou a porta com a ponta do dedo, ela se abriu. E meu espanto foi ainda mais completo quando vi todas as velas e castiçais acesos, o que me recordava a missa de meia-noite. Entretanto, eu não via a Santíssima Virgem.
           O menino me conduziu para dentro do santuário, até o lado da cadeira do diretor espiritual. Ali me ajoelhei, enquanto o menino continuou de pé. Como o tempo de espera estava me parecendo longo, olhei para a galeria para ver se as irmãs encarregadas da vigília noturna não passavam por ali.
         Por fim, chegou o momento. O menino me alertou, dizendo:        
          - Eis a Santíssima Virgem! Ei-La!
          Nesse instante, Catarina ouve um ruído, como o frufru de um vestido de seda, vindo do alto da galeria. Levanta os olhos e vê uma senhora com um traje cor de marfim, que se prosterna diante do altar e vem se sentar na cadeira do Padre Diretor.
       A vidente estava na dúvida se Aquela era Nossa Senhora. O menino, então, não mais com timbre infantil, mas com voz de homem e em tom autoritário, disse:
          - Eis a Santíssima Virgem!       
          A Irmã Catarina recordaria depois:
          Dei um salto para junto d'Ela, ajoelhando-me ao pé do altar, com as mãos apoiadas nos joelhos de Nossa Senhora... Ali se passou o momento mais doce de minha vida. Ser-me-ia impossível exprimir tudo quanto senti.

Conheça mais sobre esta lindíssima história, 
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25 de novembro de 2019

Consagração a Jesus por meio deMaria



                   No último dia 25 mais um grupo de fiéis fez sua Consagração a Jesus pelas mãos de Maria, segundo o método de São Luiz Maria Grignion de Montfort.
                   Desta vez, Cooperadores dos Arautos do Evangelho do Sodalício Nossa Senhora da Saúde realizaram reuniões semanais de preparação na Paróquia de Santa Rita de Cássia, Parque Novo Mundo, na Capital paulista.
                   As fotos que seguem são da mencionada cerimônia.

 (clique sobre as fotos para vê-las em maior tamanho)







23 de novembro de 2019

Jesus Cristo, Rei do Universo

           
                 Cristo é Rei do Universo e, de maneira muito especial, de nossos corações. Ele possui uma autoridade absoluta sobre todas as criaturas e já muito antes de sua Encarnação, quando se encontrava no seio do Padre Eterno, ouviu estas palavras:
               "Tu és meu Filho, eu hoje te gerei. Pede- me; dar-te-ei por herança todas as nações; tu possuirás os confins do mundo, tu governarás com cetro de ferro" (Sl 2, 7-9).
                Rei por direito de herança
                Ele é o unigênito Filho de Deus e por Este foi constituído como herdeiro universal, recebendo o poder sobre toda a criação, no mesmo dia em que foi engendrado (1).
                Rei por ser Homem-Deus
                Por outro lado, Jesus Cristo é Deus e, assim sendo, tudo foi feito por ele, o Criador de todas as coisas visíveis e invisíveis. Senhor absoluto de toda existência, do Céu, da terra, do sol, das estrelas, das tempestades, das bonanças.
                Seu poder é capaz de acalmar as mais terríveis ferocidades dos animais bravios e as procelas dos mares encapelados. Os acontecimentos, as forças físicas e morais, a guerra e a paz, a pobreza e a fartura, a umilhação e a glória, o revés e o sucesso, as pestes, os flagelos, a doença e a saúde, a morte e a vida, estão todos ao dispor de um simples ato de sua vontade. Aí está um Governo incomparável, superior a qualquer imaginação, e do qual ninguém ou nada poderá se subtrair.
                O título de Rei Lhe cabe mais apropriadamente do que às outras duas Pessoas da Trindade Santíssima, por ser o Homem-Deus, conforme comenta Santo Agostinho: "Apesar de que o Filho é Deus e o Pai é Deus e não são mais que um só Deus, e se o perguntássemos ao Espírito Santo, Ele nos responderia que também o é...; entretanto, as Sagradas Escrituras costumam chamar de rei, ao Filho".
                De fato, o título de Rei, quando aplicado ao Pai, é usado de forma alegórica para indicar seu domínio supremo. E se quisermos atribuí-lo ao Espírito Santo, faltará exatidão jurídica, por tratar-se Ele de Deus não-encarnado, pois, para ser Rei dos homens é indispensável ser Homem. Deus não encarnado é Senhor, Deus feito homem é o Rei.       
                Rei por direito de conquista
                Jesus Cristo é nosso Rei também por direito de conquista, por nos ter resgatado da escravidão a Satanás.
               Ao adquirirmos um objeto às custas de nosso dinheiro, ele nos pertence por direito. Mais ainda se o obtivermos através de duras penas, pelos esforços de nosso trabalho, e muito mais, se for conseguido pelo alto preço de nosso sangue. E não fomos nós comprados pelo trabalho, sofrimentos e pela própria morte de Nosso Senhor Jesus Cristo? É São Paulo quem nos assevera: "Porque fostes comprados por um grande preço!" (I Cor 6, 20).
               Rei por aclamação
               Cristo é nosso Rei por aclamação. Antes mesmo das purificadoras águas do Batismo serem derramadas sobre no ssa cabeça, nós O elegemos para ser o regente de nossos corações e de nossas almas, através dos lábios de nossos padrinhos. Por ocasião do Crisma e a cada Páscoa, de viva voz nós renovamos essa eleição, sempre de um modo solene.
      
 Rei do interior dos homens e de todas as exterioridades
               Não houve, nem jamais haverá um só monarca dotado da capacidade de governar o interior dos homens, além de bem conduzi-los na harmonia de suas relações sociais, seus empreendimentos, etc. O único Rei pleníssimo de todos os poderes é Cristo Jesus.
               Exteriormente, pelo seu insuperável e arrebatador exemplo - além de suas máximas, revelações e conselhos - Ele governa os povos de todos os tempos, tendo marcado profundamente a História com sua Vida, Paixão, Morte e Ressurreição. Por meio do Evangelho e sobretudo ao erigir a Santa Igreja, Mestra infalível da verdade teológica e moral, Jesus perpetua Cristo Rei do Universo.JPGaté o fim dos tempos o imorredouro tesouro doutrinário da fé. Através dessa magna instituição Ele orienta, ampara e santifica todos os que nela ingressam, e vai em busca das ovelhas desgarradas.
               Aqui precisamente se encontra o principal de seu governo neste mundo: o Reino Sobrenatural que é realizado, na sua essência, através da graça e da santidade.
               O Reinado de Cristo, em nosso interior, se estabelece pela participação na vida de Jesus Cristo. Só no Homem-Deus se encontra a plenitude da graça, enquanto essência, virtude, excelência e extensão de todos os seus efeitos. Os outros membros do Corpo Místico participam das graças que têm sua origem em Jesus, a cabeça que vivifica todo o organismo. Quem de maneira privilegiadíssima tem parte em grau de plenitude nessa mesma graça, é a Santíssima Virgem.
                     (Excertos de artigo de Mons. João S. Clá Dias)

22 de novembro de 2019

Santa Cecília, Virgem e Mártir



               A Igreja comemora hoje Santa Cecília, Virgem e Mártir, padroeira dos músicos. Historicamente entretanto não consta que ela tocasse algum instrumento musical. O que levou o consenso católico a declará-la padroeira da música?

               Cecilia era filha de pais cristãos, de uma das famílias mais ilustres de Roma no século III, época auge da perseguição aos católicos por parte dos pagãos romanos.
               Martírio de Santa Cecília
               Os martírios eram o dia a dia na vida da Igreja, apenas superada pela atual perseguição espalhada pelo mundo. O próprio Papa lembrou disso recentemente: o número de católicos martirizados cada dia, atualmente, supera o de mártires dos primeiros séculos.
               Cecília foi educada por uma ama católica, à qual deveu boa parte de sua formação religiosa. Os pais apoiavam tal educação com alegria, mas sendo Cecília ainda adolescente vieram a falecer. Passou a viver com os tios, pagãos que levavam uma vida frívola e mundana. Incitavam Cecília a lhes seguir os passos, mas ela sempre sabia se esquivar e estar longas horas em oração, participando com frequência das cerimônias, especialmente das Missas nas catacumbas. Logo que pode pediu para receber a Eucaristia, a qual lhe foi ministrada pelo próprio Papa.
                Converte o próprio esposo
                Tinha feito voto de virgindade, pois queria seu coração só para Deus. Seus tios porém fizeram uma tal insistência que o Papa, com quem se aconselhava, inspirado por Deus aconselhou-lhe casar-se.
         Seu esposo, Valeriano, nobre como ela, admirava-a sobretudo pelas qualidades morais, pela vida modelar, se bem fosse Cecília muito formosa.  Logo após a cerimônia nupcial, Cecília explicou a Valeriano que havia feito o voto de virgindade e queria mantê-lo. Explicou tudo de tal maneira imbuído pelo puro amor de Deus, que Valeriano pediu para ser instruído na fé católica, recebendo o Batismo e fazendo ele também voto de viver com Cecília como irmãos.
       Não tardou, porém, de serem descobertos pelos perseguidores. Cecília foi condenada a morrer numa câmara superaquecida e sem ar. Qual não foi a surpresa dos carrascos, depois de um dia e uma noite, encontrarem-na viva, ajoelhada e rezando calmamente.
         O prefeito romano ordenou que fosse decapitada imediatamente. Cecília ajoelhou-se expôs o pescoço e sorridente esperou o golpe. O carrasco deu-lhe três golpes de espada, sem entretanto conseguir degolá-la.
         Ante a estupefação dos presentes e o fato de ter corrido a notícia, uma multidão de cristãos e curiosos invadiram o pretório. Cecília estava caída, com a ferida sangrando, mas viva. Pediu os Sacramentos e, enquanto os esperava falou aos circundantes com tal fervor que muitos se converteram. Por fim chega o próprio Papa para ministrar-lhe o Eucaristia e a Extrema Unção.
                 Pouco depois, Cecilia, percebendo a chegada da morte faz o seu último ato de fé: mostrava o polegar de uma das mão e três dedos da outra, reafirmando assim sua crença em Deus Uno e Trino.
                Seu corpo, mantendo a posição dos dedos foi colocado sob o altar onde o Papa celebrou a Missa naquela noite, costume este conservado durante muitos séculos: sob os altares ficavam as relíquias de mártires.
                 Por que padroeira da música?
                 Na ata do martírio de Santa Cecília há esta frase: “Enquanto ressoavam os concertos profanos das suas núpcias, Cecília cantava, no seu coração, um hino de amor a Jesus, seu verdadeiro Esposo”.
                 Foi em honra desse hino de amor a Deus que santa Cecília foi sempre tomada como protetora da música.                    
 http://pontagrossa.blog.arautos.org/2013/11/o-canto-de-santa-cecilia/  Alberto Dias
                                                                                          
VEJA AQUI O VIDEO

20 de novembro de 2019

Apresentação da Virgem no Templo

               
             Neste dia 21 de Novembro, a Igreja celebra a Festa da Apresentação de Nossa Senhora no Templo. Esta magnífica festa é exaltada pelos cristãos desde os primeiros séculos e foi oficialmente inserida no Missal Romano no ano de 1505. A partir de 1585 o Papa Sisto V tornou a sua comemoração Universal.
               Conta a Tradição que São Joaquim e Santa Ana por longo tempo não tiveram filhos, até que nasceu Maria Santíssima. Estes santos pais, em cumprimento a uma promessa feita ao Altíssimo, compenetrados de todo o Mistério da Salvação e desejosos de que a Santa Menina servisse a Deus de maneira perfeita, levaram-na a Jerusalém para ser apresentada no Templo. Esta oferta é muito significativa, pois, de certa forma, antecipava a excelsa missão de Maria. Santo Afonso de Ligório comenta que “uma oferta maior e mais perfeita do que a de Maria, ainda menina de três anos, nunca foi e nunca será feita a Deus por uma mera criatura”.
               Podemos imaginar esta singela menina, em tão tenra idade, mas já em pleno uso da razão, pois foi concebida sem os efeitos do pecado original – adorando a Deus no Templo em “Espírito e Verdade”. Certamente, a todo momento dedicou-se a pequena Maria a fazer, com intensidade a Vontade de Deus, amando-O acima de tudo.
              Assim, neste dia, em que celebramos a Apresentação de Maria, devemos meditar sobre a nossa fidelidade aos desígnios de Deus e até que ponto – dentro de nossa limitada capacidade – temos procurado imitar a atitude de nossa Mãe e Senhora.

12 de novembro de 2019

Consagração a São José, Patrono da Igreja



Iniciada cruzada da luz contra as trevas
com Consagração a São José

Arautos Cooperadores de Fortaleza recorrem ao patrocínio de São José 
para se fortalecerem na luta do bem contra o mal. 

               “Nesta hora de crise e de tragédia na qual se encontra o mundo e a Igreja, a figura de São José há de tomar um realce providencial.” Estas palavras extraídas da obra São José: Quem o Conhece?, de Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP, animam todos aqueles chamados a lutar a favor da Santa Igreja e da salvação das almas.
                Não só com a razão esta obra deve ser lida e estudada, mas com um coração desejoso de participar desse embate a favor do bem contra o mal. Monsenhor João é preciso em afirmar que esta luta da luz contra as trevas é o fator que explica a essência da História; este caminhar da humanidade sobre a terra.
               O fundador dos Arautos acrescenta ainda, que os fiéis devem recorrer a São José enquanto insigne defensor dos bons.
             Seguindo este conselho, cooperadores dos Arautos do Evangelho de Fortaleza iniciaram, na última terça-feira, 29 de outubro, curso para Consagração a São José que será realizada durante solene Missa em 15 de dezembro.
             

31 de outubro de 2019

Mais de 600 consagradas e ex-membros repudiam a TV Globo



Dirigida ao Grupo Globo, em consequência de uma série de reportagens caluniosas veiculadas no programa ‘Fantástico’, em telejornais da Rede Globo, e na rádio CBN.

Nós, integrantes do ramo feminino dos Arautos do Evangelho, religiosas da Sociedade de Vida Apostólica Regina Virginum, acompanhadas de ex-integrantes de ambas as instituições, vimos a público manifestar nossa indignação e veemente repúdio à infame campanha de calúnias e difamações divulgada por determinados veículos de mídia, em especial a Rede Globo de televisão, através do programa Fantástico, e a Rádio CBN.

O preconceito ao catolicismo da parte do Grupo Globo é do conhecimento geral de todos, mas agora a novidade é que se volta diretamente contra nós, mulheres, destruindo nossa reputação e julgando-nos vítimas ineptas de um regime de opressão e abusos que só existe na mente das pessoas desprovidas de credibilidade que inventaram as referidas calúnias e mentiras.

Algumas dentre nós, que se dispuseram a contestar o leque de acusações – que vai desde racismo até infames abusos contra a castidade – foram ignoradas publicamente pelo repórter do Grupo Globo, o qual demonstrou desprezo a elas, e com isso ofendeu a nós enquanto mulheres, não nos dando oportunidade de apresentar a realidade que vivemos e testemunhamos.

Com essa postura, o Grupo Globo nos desrespeita enquanto membros da Igreja Católica, transmitindo ao público a ideia de que ocultamos injustiças e aceitamos situações contrárias à moral e à fé católicas.

A divulgação de denúncias infundadas, fatos distorcidos, mentiras e calúnias agride da maneira mais vil não só a reputação e a honra de Monsenhor João Scognamiglio Clá Dias, EP, e das instituições por ele fundadas, mas também a nossa, enquanto testemunhas de sua ilibada integridade moral e castidade. Ao pretender atacar a reputação de Monsenhor João, o Grupo Globo, por tabela, causa dano à nossa honra e imagem, e a isso nos oporemos com todas as nossas forças, fazendo valer os nossos direitos, inclusive por meio de ações judiciais pertinentes.

Seguem 614 assinaturas (as adesões continuam)




23 de outubro de 2019

Arautos do Evangellho: Saiba mais sobre eles



               A campanha difamatória contra os Arautos do Evangelho tem proporcionado uma enorme difusão desta benemérita associação católica, bem a contra-gosto dos seus adversários. Com isto muitos milhares de pessoas têm procurado saber mais sobre as atividades desta família religiosa.
              Atendendo a estes legítimos anseios colocamos aqui um elenco de informações sobre esta entidade católica. Boa leitura.

Acesse AQUI

21 de outubro de 2019

Vídeo - Padre Lourenço Ferronatto diz as verdades da perseguição aos Arautos do Evangelho



Acesse o vídeo AQUI

ARAUTOS DO EVANGELHO DECLARAM: “COMISSARIADO INVÁLIDO”


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               Reportagem exclusiva à Gaudium Press traz  esclarecimentos sobre o comissariado dos Arautos do Evangelho, divulgado pela Santa Sé, os Arautos do Evangelho foram manchetes de  algumas das mais famosas agências noticiosas do mundo e responde as calúnias.
               Logo após a difusão da notícia sobre o comissariado dos Arautos do Evangelho divulgada pela Santa Sé, a Associação foi inserida nas manchetes de algumas das mais famosas agências noticiosas do mundo. Enquanto alguns órgãos procuravam enfocar a situação com profissionalismo, outros preferiram prestar-se - antes de comprovar a realidade dos fatos - à veiculação de versões parciais, ou até mesmo distorcidas, dos fatos de maneira a, consciente ou inconscientemente, denegrir a boa reputação da entidade. 
               Desejosos de encontrar a verdade no meio de todas as informações, inclusive contraditórias, que têm circulado pela internet e pelas redes sociais nos últimos dias, realizamos uma reportagem exclusiva junto às autoridades e aos membros dos Arautos do Evangelho, para apurar a sua versão dos fatos, e apresentá-la ao grande público.
                                                                      * * *
Porta-voz aposta em "perseguição religiosa" com "modelo moderno"
            Os Arautos lamentam que algumas agências não tenham seguido o código ético do jornalismo, pois não ouviram a versão das vítimas, dando azo a notícias distorcidas e sem fundamento factual. Segundo afirma Humberto Goedert (advogado, brasileiro, 53 anos), porta-voz da entidade, "é notório que há uma organização criminosa por trás, movida por ódios pessoais, e não interessada na verdade. Uma autêntica perseguição religiosa em pleno século XXI, disfarçada sob os véus de falsas ideologias. Tudo isso tem causado danos irreparáveis, não só para a imagem dos Arautos, mas também para a própria Igreja. É vexaminoso".
            Mais ainda, Goedert explicou que o departamento de imprensa da instituição - após investigação das várias afirmações caluniosas, procurando remontar às suas fontes - encontra sempre no fim o mesmo roteiro difamatório, reajeitado e reencaixado, mudando apenas os nomes dos implicados. O porta-voz diz acreditar que a razão disto acontecer é que a verdadeira motivação não está nos fatos, mas no ódio: "Os incriminadores são sempre os mesmos, que são desafetos da instituição; eles se refugiam nas sombras da internet e procuram disfarçar seu pequeno número no anonimato", acrescentou.
                Segundo o membro, esse grupinho de descontentes, porém, é como um vaso oco, como reza o ditado: só faz barulho. Goedert remete a Cristo, que também foi perseguido e condenado à pior das ignomínias, mas - observa ele, com uma ponta de ironia - Jesus passou por um juízo, embora iníquo, onde ele ao menos foi chamado pelo seu próprio nome: "Quem quereis que vos solte, Barrabás ou Jesus, que chamam de Cristo?" (Mt 27,17). Com efeito, o porta-voz deplora que nem isso foi concedido aos Arautos, pois no decreto lavrado pela Santa Sé foram tratados como "associação pública", o que não corresponde à realidade jurídica da entidade.
                 Goedert lamenta que tenha havido "muito atropelo e pouco diálogo" nos procedimentos dos quais a instituição é objeto desde 2017. "Sempre estivemos abertos ao diálogo, um diálogo aliás que, infelizmente, nem sempre foi recíproco. Só pedimos que seja observado o mínimo de legalidade nos procedimentos, pois até no julgamento injusto de Jesus um certo simulacro de procedimento jurídico foi observado. Mas a justiça dos escribas e fariseus é coisa do passado: até parece que o modelo moderno de julgamento eclesiástico prescinde de fatos, provas e argumentos", conclui o advogado.

Visita Apostólica positiva, mas com resultado desconhecido
           Como foi já amplamente divulgado, ainda antes da comunicação oficial por meio dos Comissários, os Arautos do Evangelho foram objeto de uma Visita Apostólica, durante a qual - segundo a nota divulgada pela entidade - "nada foi encontrado contra a moral, a sã doutrina ou as leis eclesiásticas e civis". 
               Goedert lembra que, ao final da Visita, ainda foi entregue um volumoso dossiê de respostas a questionamentos, oriundos em parte dos mesmos murmuradores de sempre, e remete à nota de imprensa que afirma que "os Visitadores e a Santa Sé não apresentaram observações a essa resposta da Instituição". 
               O porta-voz comunicou à nossa reportagem o espanto e desconforto de muitos membros dos Arautos ao serem informados de que, apesar de tudo isto, fora declarado um Comissariado, baseando-se apenas em razões genéricas.

"O Comissariado é inválido", afirma Presidente
             No último dia 17 de outubro, o Presidente dos Arautos do Evangelho, Felipe Eugenio Lecaros Concha (chileno, 60 anos), juntamente com o seu Conselho Geral, recebeu a visita de Dom Raymundo Damasceno Assis e Dom José Aparecido Gonçalves de Almeida, nomeados respectivamente Comissário e auxiliar para a "Associação Internacional Pública Arautos do Evangelho". A reportagem teve acesso à ata da reunião. Nela, o Presidente dirige as seguintes palavras iniciais aos prelados:
               "Nós lhes reverenciamos como bispos da Igreja de nosso Senhor Jesus Cristo, e como tais ambos são objeto de nossa consideração, mas devemos declarar que não reconhecemos Vossa Eminência enquanto ‘Comissário' da Associação Privada de Fiéis Arautos do Evangelho, da qual eu sou o Presidente legitimamente eleito".
                O Presidente dos Arautos do Evangelho explica que o decreto que notifica o Comissariado da Associação é simplesmente inválido pelas seguintes razões:
            1) O decreto se destina a uma "Associação Pública de Fiéis", quando os Arautos do Evangelho são uma "Associação Privada de Fiéis". A diferença de natureza jurídica entre ambas as formas associativas faz com que não corresponda aos Arautos receber este decreto, assim como Fernando dos Santos não poderia responder em juízo por Antonio dos Santos, sem se configurar um erro de pessoa. 
            2) As associações privadas de fiéis, por sua própria natureza, não são passíveis de ser comissariadas. Com efeito, o Código de Direito Canônico prevê o Comissariado apenas para as associações públicas de fiéis (cân. 318,1).
              3) Dada a impossibilidade de tal Comissariado, o Presidente e seu Conselho dão o caso por encerrado.
              Segundo consta na ata em questão, o pronunciamento foi fundamentado nas leis eclesiásticas e amparado por eminentes canonistas, como Lluis Martinez Sistach, que nega a possibilidade de semelhante Comissariado. 
           Além disso, existe o precedente do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida que não permitiu o comissariamento da Associação Privada de Fiéis Palavra Viva, declarando que "a nomeação de um comissário (cân. 318) é indicada no direito entre as medidas previstas apenas para as associações públicas de fiéis (cân. 312-320) e, portanto, não podem ser aplicadas a uma associação privada de fiéis. Portanto, a nomeação de um comissário neste caso não é legítima".
Em Portugal, por exemplo, a lei civil incorporou esse entendimento ao permitir vigilância das autoridades competentes, mas não o Comissariado.
              O Presidente então concluiu a respeito: "Trata-se, portanto, de um decreto nulo. Não é uma questão de querer aceitá-lo ou não; na realidade, ele sequer está destinado para nós".

"Nem há lugar para recurso", diz canonista
             O canonista que assessorou o Presidente dos Arautos durante a reunião, Prof. Dr. José Manoel Jiménez (professor, espanhol, 67 anos), explicou que a Associação sequer tem a capacidade de recorrer do decreto, pois se trata de um documento simplesmente não-existente (ou infectus, na linguagem canônica).
              O Prof. Dr. Jiménez ainda argumentou que tampouco foi seguido o cân. 50, que prevê a obrigação de ouvir a parte lesada antes de se proceder à emissão de um decreto.
               Ainda sobre o fato do documento confundir a entidade privada com uma associação pública, o canonista espanhol diz ter ficado atônito: "Isto é inexplicável. Foi um erro, ou fizeram isto de propósito? Se foi um erro, é algo que sinceramente não se pode admitir na Cúria Romana. Agora, se foi feito de propósito, o que pretendem com isso?"
               Dom Raymundo Damasceno e Dom José Aparecido concordaram a respeito do fato de ser esta questão relevante e que por isso será levada por eles à Santa Sé. Além disso, reiteraram não estar em posse de nenhuma outra informação, além das generalidades que constam no Decreto, no tocante às problemáticas e carências a serem supridas pela entidade. 
              Afirmaram, ademais, não terem tido acesso nem ao relatório dos Visitadores, nem ao dossiê de respostas proporcionado pelos Arautos. Segundo Goedert, as autoridades dos Arautos se encontram perplexas diante desses fatos, por não terem como explicar a seus simpatizantes tantas singularidades no processo.

As duas Sociedades são um caso à parte
               A reportagem procurou também os representantes das duas outras entidades que são objeto, junto com os Arautos do Evangelho, do decreto de Comissariamento emitido pela Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica.
              Por um lado, a Sociedade Clerical de Vida Apostólica Virgo Flos Carmeli reúne os clérigos que comungam do mesmo carisma dos Arautos do Evangelho, aplicado às especificidades do ministério sacerdotal. Da mesma forma que a Sociedade Regina Virginum o é à vida apostólica feminina.
              O Pe. Jorge María Storni (argentino, 77 anos), Superior Geral de Virgo Flos Carmeli, e a Ir. Anina Morazzani (venezuelana, 51 anos), Superiora Geral de Regina Virginum, nos remeteram aos comunicados oficiais onde as respectivas entidades se pronunciaram a respeito do Comissariado.
           Neles se lê que "o referido decreto é ilegal por contradizer expressas normas do Direito Canônico, além de conter graves irregularidades", entre as quais mencionam: o não estar motivado em graves razões explícitas; o não terem sido ouvidas as diretorias das entidades a respeito do resultado da Visita e dos motivos do decreto, antes do Comissariamento; e o conter erros materiais graves, como a confusão nas formas associativas, ou afirmar que Virgo Flos Carmeli e Regina Virginum formam parte de Arautos do Evangelho, quando são instituições autônomas.
          Nos comunicados também há queixas de falta de transparência na manipulação das informações por parte da Santa Sé, divulgando à imprensa dados que foram mantidos ocultos às próprias entidades interessadas.
              Embora reconheçam que, pelo direito vigente, elas possam ser objeto de um Comissariado, pois são entidades públicas da Igreja, as Sociedades pedem que sejam respeitados seus direitos que consideram terem sido lesados no processo em curso e, sobretudo, que sejam esclarecidas as razões concretas graves que o tenham motivado.

Outros questionamentos
            Segundo outros membros dos Arautos do Evangelho, contatados por nossa reportagem, muitos enigmas ainda estão sem solução em relação a este e outros Comissariados. 
               Elizabeth Titonelli (brasileira, 58 anos) se indigna: "Como explicar que se procure violar a lei, comissariando ilegalmente os Arautos, quando tantas outras coisas na Igreja parecem ser simplesmente intocáveis, mesmo diante de tantos abusos de ordem doutrinária, moral e disciplinar?"
               Guillermo Asurmendi (argentino, 60 anos), por sua vez, censura o recente comportamento de pessoas de grande visibilidade na Igreja, que ele qualifica de "barbaridades", e que entretanto nunca foram punidos; e conclui: "Chama a atenção esta falta de equidade, a gente fica até sem saber o que pensar. Parece indicar que existem, além de dois pesos e duas medidas, intenções inconfessadas. O único que queremos é que sejam observados os nossos direitos, que haja ao menos um pouco de proporcionalidade e respeito da justiça para o bem de todos, inclusive para a credibilidade das instâncias eclesiásticas".
              Elizabete Astorino (casada, brasileira, 61 anos) também disse estranhar a confusão do decreto quanto à competência dos dicastérios do Vaticano. Ela recorda ser contra a própria natureza das associações laicais que leigos - sem votos, com frequência casados e exercendo profissões seculares - sejam tratados como religiosos: "Por que insistir em colocar-nos sob a tutela da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica? Não tem o menor sentido!" Além de demonstrar estupefação por haver tantas incoerências e improcedências, Elizabete diz que outros casais também se perguntam como ficariam suas famílias se, por absurdo, elas fossem todas comissariadas: "Em tom de brincadeira, eu perguntei ao meu marido se da próxima vez que quisermos trocar de carro vamos precisar do OK do Comissário. Mas meu marido nem ligou; ele riu, e deu de ombros", disse.
           Dr. Jiménez garante que tampouco foram seguidas as praxes prévias ao Comissariado.             
          Segundo Goedert, indícios apontam que os Arautos já tinham sido prejulgados com finalidade destrutiva, e que existem dados segundo os quais já desde 2014 se procurava apenas um pretexto para promover uma Visita Apostólica destinada a desembocar necessariamente, seja qual fosse o resultado, num Comissariado. O porta-voz acredita que o vazamento ilegal de alguns vídeos, há alguns anos, cujo conteúdo teria sido manipulado fora de contexto, foi instrumentalizado para este fim.
         Procurado pela nossa reportagem, o Presidente dos Arautos, Felipe Lecaros, mencionou existirem relatos recentes de alguns Arautos que apontam para a animosidade de certo purpurado em relação à Associação. 
          Segundo estes membros, isso já ocorre desde longa data, colocando em xeque a boa fé, imparcialidade e a reta intenção, seja da Visita, seja do Comissariado, e afirmam encontrar as impressões digitais desse prelado na campanha difamatória promovida contra a Instituição, a qual se teria iniciado no período e na cidade onde ele se encontrava. Lecaros, contudo, não quis dar mais detalhes a respeito; disse apenas que esta matéria ainda se encontra em investigação, e que a entidade se reserva o direito de promover qualquer ação legal destinada a defender a sua boa fama, diante dos fiéis e da sociedade.
            Outra fonte, que pediu para permanecer no anonimato, diz estar assustada com o crescente descontentamento que está constatando, não apenas entre os Arautos, mas também no público em geral, a respeito dos atropelos de que os Arautos têm sido objeto. "Eles realmente têm muita paciência, viu?", exclama. "Até demais, ao menos por enquanto. Mas nós estamos nos organizando; se eles não se defenderem, nós o faremos", afirma. Ela se diz inconformada com a atitude que as autoridades da Igreja estão tomando, e pergunta: "Afinal, o que pretendem com isto?" E conclui: "Isto não é bom para a Igreja, logo agora..."
Arautos se perguntam: "qual é o problema?"
             Felipe Lecaros lamenta a falta de diálogo nas medidas que estão sendo tomadas contra uma entidade que sempre se caracterizou pela comunhão eclesial: "Fazemos o possível para manter um bom entendimento em todas as dioceses onde trabalhamos, e disto são prova as milhares de cartas de apoio, felicitação e gratidão que temos recebido de párocos, bispos e até cardeais, louvando nosso apostolado". Ele explicou que muitas iniciativas atuais dos Arautos, como a Revista e o Fundo Misericórdia, foram inclusive sugestões de prelados, acatadas pela Instituição.
               Assim, insiste ele, sabemos que as oposições vêm de uma minoria organizada, e se pergunta o porquê desta constante não transparência por parte da autoridade eclesiástica a propósito de eventuais queixas alegadas contra uma instituição de comportamento exemplar?
           Quanto aos motivos atualmente alegados, Lecaros questiona: "O governo e a vida dos membros é regida pelos nossos Estatutos, aprovados aliás pela Santa Sé; a qualidade da formação dos Arautos é algo universalmente reconhecido, e assim poderíamos prosseguir com as demais alegações; então, qual é o problema?".
               Goedert confirma que esta situação "nos leva a nos perguntarmos o que realmente temos de problemático". Contudo, ele prefere não se arriscar a responder: "Por enquanto, só temos algumas hipóteses, sobre as quais ainda não chegou o momento de nos pronunciarmos", acrescentou.