Santa Teresinha do Menino Jesus atende pedido de Dr. Plinio
San Gennaro: repetiu-se o milagre da liquefação do sangue do mártir.
Em Nápoles o povo está em festa: o sangue de seu patrono, São Januário, se liquefez novamente na Catedral, com acontece habitualmente a cada ano no dia 19 de setembro.
O anúncio da liquefação do sangue foi feito as 10,12hs de hoje pelo Cardeal metropolitano Crescenzio Sepe.
O sangue já estava liquefeito no momento em que a âmbula, contendo a relíquia, era retirada da capela pelo purpurado a fim de apresentá-la ao público presente, desta vez bem reduzido em número devido às medidas anti Covid-19.
“Com alegria e comoção - disse o cardeal - informo que o sangue de nosso patrono se liquefez”.
Segundo a tradição popular, a liquefação do sangue no dia previsto é considerada de bom auspício para a cidade. A demora na liquefação ou a ausência do milagre, apesar das orações, invocações e ladainhas em dialeto, são considerados sinal desfavorável para Nápoles e para os napolitanos.
Para anunciar o milagre para a cidade inteira, são detonados vinte e um tiros de canhão junto ao Castelo dell`Ovo. A cidade, então, entra em festa.
Quem foi San Gennaro
São Genaro nasceu no ano 270, em Nápoles, e foi Bispo de Benevento, em 302, na região de Nápoles. Durante o período de perseguições aos cristãos, feito por imperadores romanos, o Santo foi condenado à morte pelo imperador Diocleciano. Os napolitanos veneram suas relíquias desde o princípio do século V.
Um prodígio que se repete regularmente ao longo dos anos
Ninguém até hoje conseguiu explicar o permanente prodígio que ocorre com a relíquia de San Gennaro. Um recipiente de cristal, sustentado por um relicário metálico, contém uma certa quantidade de sangue solidificado. Durante o ano, em três ocasiões distintas ele se liquefaz diante da multidão de fiéis sem explicação humana: no sábado anterior ao primeiro domingo de maio; na festa do santo em 19 de setembro; e em 16 de dezembro, aniversário da erupção do Vesúvio de 1631.
Os fiéis lotam a igreja nestas festas. Um sacerdote expõe a relíquia sobre o altar, defronte à urna que contém a cabeça de San Gennaro. Em seguida gira vagarosamente o relicário para demonstrar que a massa enegrecida que aparece no interior da ampola está completamente solidificada e totalmente aderente ao cristal. A partir desse momento um grupo de fiéis denominado “parenti di San Gennaro” inicia uma ladainha de orações com invocações especiais do santo. Enquanto são feitas as súplicas pedindo o milagre, o ministro de Deus continua girando o relicário.
De repente, sem que haja prévio aviso, os fiéis observam que a massa contida na âmbula começa a derreter-se para em poucos segundos converter-se num líquido espesso. Em seguida, o sacerdote gira várias vezes o relicário para demonstrar que seu conteúdo não está mais colado ao cristal, se liquefez e segue na horizontal, não mais acompanhando o giro do relicário. Isso vai-se repetindo até que o delegado da chamada comissão laica vendo o sangue inteiramente liquefeito e borbulhante, faz sinal com um lenço indicando que o milagre está reconhecido. É o momento do sacerdote anunciar solenemente: “O milagre aconteceu!” Então, os fiéis expressam seu júbilo e sua fé com aplausos, orações em alta voz e cânticos. Entoa-se o Te Deum e a relíquia é venerada pelo clero. Logo se formam grandes filas dos que desejam oscular o relicário, manifestando sua veneração ao padroeiro.
Este singular acontecimento tem sido minuciosamente examinado por pessoas de opiniões opostas. Muitas têm sido as explicações naturalistas, mas até agora nenhuma chegou a convencer.
Entretanto, com base em rigorosas investigações de peritos pode-se afirmar que não se trata de nenhum truque. Normalmente o conteúdo da ampola, tanto em forma sólida como líquida, ocupa somente metade ou pouco mais do recipiente. Mas durante as liquefações de maio e de setembro o volume do conteúdo aumenta progressivamente, de forma perceptível, até encher totalmente o frasco. E este aumento de volume traz consigo um aumento de peso. Entre o peso máximo e o mínimo chegou-se a registrar a diferença de 27 gramas. Essas variações de peso e volume são de si inexplicáveis cientificamente. Além disso, o sangue, habitualmente frio e sólido, ao tornar-se líquido se aquece, tomando a temperatura de sangue novo recém-derramado. As pesquisas realizadas por cientistas em todos os tempos são unânimes em confirmar que se trata de sangue humano, e uma delas utilizando o espectroscópio, afirma tratar-se de sangue arterial.
Plinio Corrêa de Oliveira
O nascimento de Nossa Senhora trouxe para a humanidade algo até então desconhecido: uma criatura isenta de qualquer mancha, um lírio de incomparável formosura que deveria alegrar os coros angélicos e a terra inteira. Em meio ao exílio do gênero humano corrompido, aparecia um ser imaculado, concebido sem pecado original.
Ela trazia consigo todas as riquezas naturais que podem caber numa mulher. Deus lhe concedeu uma personalidade valiosíssima e sua presença entre os homens representava, também a esse título, um tesouro verdadeiramente incalculável.
Ora, se aos dons naturais acrescentarmos os tesouros incomensuráveis da graça que A acompanhavam – os maiores jamais concedidos a alguém por Deus Nosso Senhor – podemos compreender o enorme significado de seu advento ao mundo. O nascer do sol é uma pálida realidade em comparação com a resplandecente aurora que foi o aparecimento de Maria Santíssima nesta terra!
A mais solene entronização de um rei ou uma rainha, ou os mais grandiosos fenômenos da natureza nada são diante do nascimento da Virgem. Nesse momento bendito, certamente saudado pela alegria de todos os Anjos do Céu, pode-se conjecturar que tenham surgido inusitados sentimentos de júbilo nas almas retas esparsas pelo orbe. E eles bem poderiam ser expressos com uma paráfrase das palavras de Jó: “Bendito o dia que viu Nossa Senhora nascer, benditas as estrelas que A contemplaram pequenina, bendito o momento em que veio ao mundo a criatura virginal destinada a ser Mãe do Salvador!”
(Trecho de artigo publicado na Revista Arautos, setembro/2020)