São João Bosco, Festa dia 31 de Janeiro
Dom Bosco nasceu aos 16 de Agosto de 1815. Filho de camponeses, emergiu do anonimato para a glória como um novo Simão Cirineu. O que sabe-se de Simão, senão que era de Cirene? E o que a maioria dos homens conhece de Sirene, senão que era terra de um certo Simão? Tal como aquele da via sacra, Dom Bosco encontrou-se com o Mestre e o ajudou a carregar a sua cruz na via dolorosa. Saiu da obscuridade, para os altares!
Santificar os jovens, eis o itinerário deste santo. Conta-nos seus biógrafos que certa vez estando no pátio do Oratório viu um menino:
- Queres dar-me a chave?
- Que chave, senhor? A do meu baú? – Pergunta o menino.
- Para que eu quero a chave do teu baú?! Dá-me a chave do teu coração! Ajuda-me!
- O menino – Para que senhor?
- Ajuda-me a salvar a tua alma. Faremos assim: (…) uma confissão da tua vida passada. Mas fica
tranquilo; o que tu não puderes dizer ou lembrar, dirá dom Bosco.
Outra vez, encontra um jovem no saguão.
D. Bosco: – Como vais?
- Muito bem.
D. Bosco: – E a tua alma também?
- Oh! Sim!
D. Bosco: – Se Morreres esta noite, ficarias contente?
- Ah, não!
D. Bosco: – Então, porque não te confessas hoje?
Em um dos casos em que D. Bosco fez essa mesma pergunta, realmente, fôra a última noite daquela alma pueril sobre a terra.
Fatos impressionantes de discernimento dos Espíritos, de entendimento das almas são abundantes nas melhores biografias de Dom Bosco. Narraremos aqui um dos mais impressionantes.
Com a morte de Pio IX inicia-se os preparativos para o conclave. O camerlengo, cardeal Pecci orienta os trabalhos dos operários que preparam os aposentos para os conclavistas. Um velho sacerdote aproxima-se dele e lhe oscula às mãos.
- Quem é o senhor? E o que o trás aqui? Pergunta o cardeal.
- Sou um pobre sacerdote que agora beija a mão de vossa eminência, rogando ao céu que, dentro em pouco, lhe possa beijar o pé sagrado.
- Cuidado com o que diz! Proíbo-o que rogue assim!
- Vossa Eminência não me pode proibir que peça ao Senhor que se cumpra a sua vontade.
- Se reza como disse, ameaço-o com as censuras.
- Ainda não tem vossa Eminência faculdades para infringir censuras. Quando tiver, saberei respeitá-las.
- Mas quem é o senhor que fala com semelhante desempenho?
- Sou Dom Bosco.
Em 20 de fevereiro o conclave elegia o Cardeal Joaquim Pecci, que tomava o nome de Leão XIII.
Em seus últimos dias nesta terra, disse a Dom Cagliero (bispo salesiano) que estava para ir a Roma: “Dirás ao Santo Padre um segredo desta casa: os salesianos tem por missão especial, onde quer que trabalhem, sustentar a autoridade da Santa Sé”.
Aos seus jovens, no fim de janeiro deixou seu último recado “Digam aos jovens que espero todos no Paraíso. Que com a devoção a Maria Auxiliadora e a Comunhão freqüente, todos chegarão”.
Quem observa de perto a urna com as relíquias de D. Bosco, lê diversas vezes seu lema “Da mihi animas et caetera tollis”, “Dai-me almas e tirai todo o resto”. Realmente, hoje, mas do que nunca almas acorrem ao Santo da Juventude. E aquele que quis as almas, tendo tudo mais como “resto”, teve ao fim da vida Cristo como recompensa demasiadamente grande.
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