Sobre o tema tratado seguem algumas reflexões:
Sábio, pela definição filosófica clássica, é quem conhece e julga as coisas pela razão natural, por suas últimas e mais altas causas. Entretanto,quando alguém as julga por instinto divino, possui odom sobrenatural de sabedoria.
É próprio deste dom do Espírito Santo conceder à alma uma visão profunda de todas as realidades, segundo o prisma divino. Por isso, pode acontecer que uma alma simples e ignorante, sem estudos teológicos, possua “pelo dom de sabedoria um conhecimento profundíssimo das coisas divinas que pasma e maravilha aos mais eminentes teólogos”.
Tal foi o que sucedeu, por exemplo, a Santa Joana d’Arc, ante seus pérfidos juízes; ou a Santa Bernadete e aos Pastorinhos de Fátima, ao serem inquiridos sobre a veracidade das aparições de Nossa Senhora, em Lourdes e em Fátima.
E como tudo no universo criado tem uma estreita relação com seu Criador, até mesmo as mínimas coisas, se são contempladas à luz da sabedoria,nos manifestam sua ligação com Deus.
Sendo este dom infundido no Batismo, é possível a qualquer cristão encontrar nos pequenos acontecimentos do dia a dia as lições que o Altíssimo deseja transmitir-lhe.
Deus, que tem todo o universo nas mãos, nos derrama com abundância suas graças. Nós, todavia, como temos as nossas vistas postas nas coisas deste mundo, não vemos a imensidade destas graças em torno de nós e fixamos nossa atenção apenas nas coisinhas corriqueiras da vida concreta.
Em nosso tempo hodierno, onde prevalecem a correria e o poder do dinheiro, a mentalidade do homem se prende ao palpável e ao programado, fruto de uma concepção ateu-prática da existência, em que tudo funciona sem Deus.
Quando acontece algo inesperado, uma desgraça qualquer, todos procuram uma explicação natural e um modo humano para resolver. Não há lugar para a sabedoria em seus domínios…
Devemos levantar voo com as asas espirituais que Deus nos concede para nos beneficiarmos de suas graças: é só parar, olhar para Ele, aproximarmo-nos e pedir.
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