Torre de Babel
No último Sábado os cooperadores do Sodalício Nossa Senhora da Saúde, desta capital, puderam assistir interessante palestra proferida pelo arauto Pe. Caio Newton da Fonseca. O tema desenvolvido foi “O orgulho e a sensualidade”, paixões que desencadearam a crise por que passa o mundo contemporâneo. O programa constou também do atendimento de confissões e da Celebração Eucarística, presidida pelo mesmo sacerdote.
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O texto que segue é ilustrativo da tese desenvolvida durante a conferência:
No Paraíso terrestre “à hora da brisa, depois do meio-dia”, Deus passeava com Adão (Gn 3,8). Em seu dom de integridade e de dentro de sua inocência, era-lhe facílimo correlacionar qualquer criatura com Deus, tornando o dia-a-dia pervadido de contemplação, consolo e crescente caridade. Devido à sua imortalidade e ao seu progresso espiritual, chegando sua perfeição ao grau máximo, o homem seria conduzido à visão beatífica,em corpo e alma.
Entretanto… o pecado destruiu esse belíssimo processo. A atração pelo mundo visível desligado de seu Criador adquiriu a voracidade das paixões: A sensualidade se apoderou dos homens e “todos os pensamentos de seu coração estavam continuamente voltados para o mal” (Gn 6, 5). Deus, “ferido de íntima dor” (Gn 6, 6), enviou à terra o dilúvio, após o qual estabeleceu uma aliança com Noé, abençoando-o.
Seus descendentes, porém, puseram-se a escalar o céu com a Torre de Babel, movidos por supremo orgulho: “Tornemos assim célebre o nosso nome” (Gn 11, 4). Por essa razão Deus confundiu-lhes a linguagem, um dos mais excelentes frutos da inteligência.
A sensualidade foi a causa do dilúvio; e o orgulho, da dispersão dos povos.
Até mesmo no Novo Testamento encontramos a presença desse divino desagrado.
É o próprio São Paulo quem no-lo descreve em sua Epístola aos Romanos, afirmando que desde a criação do mundo tornou-se possível chegar ao conhecimento de Deus para glorificá-Lo e agradecer-Lhe, e se assim não procede o homem, seu coração se obscurece e acaba por cair na estultice. Por isso, segundo o Apóstolo, foram os romanos abandonados “aos desejos de seus corações, à imundície (…) a um sentimento depravado” (Rom 1,24-28). Este primeiro capítulo da Epístola traz um encadeamento de horrores.
Ao mandar pelo mundo os doze Apóstolos, Jesus quis não só reconstituir a unidade perdida em Babel com a confusão das línguas, dos ideais e dos amores, mas até mesmo erigir a verdadeira torre que atinge o Céu, a Santa Igreja Católica, Apostólica e Romana. Quando os povos ouvirem a voz dos Apóstolos, o unum da História do mundo se recomporá!
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